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“Por um jornalismo livre”: Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) faz 30 anos

Fundado em 1992, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos continua “orgulhosamente” a lutar pela “liberdade de imprensa ideal”, diz o presidente Teixeira Cândido, em entrevista exclusiva à DW África.

São três décadas que “representam uma associação que se mantém firme apesar dos obstáculos à sua atuação”, afirma Teixeira Cândido, secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), em entrevista exclusiva à DW África a propósito dos 30 anos da força sindical, que se comemoram esta segunda-feira (28.03).

“Apesar dos grandes desafios que têm sido colocados às suas lideranças, continuamos firmes. Estamos orgulhosamente concentrados e somos, sem quaisquer vaidades, a maior associação de jornalistas do país que tem lutado nestes 30 anos por um jornalismo livre e independente”, sublinha.

Segundo o líder sindical, a independência da SJA foi muitas vezes posta em causa pelo poder político instituído ao longo destes 30 anos: “As conotações políticas das direções [do SJA] são uma questão que remonta a 1992 [data da fundação] e se prolongou até hoje”.

“As conotações de que as lideranças estão ligadas ou são influenciadas, pressionadas pelos membros dos partidos na oposição continuam, mas é uma situação que não nos diz muito respeito, porque não há muita ligação”, garante.

Fundado em 1992, no calor da institucionalização da democracia, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos continua a lutar por “uma liberdade de imprensa ideal”, diz Teixeira Cândido. “A liberdade de imprensa ideal é aquela que permita a existência de órgãos de comunicação social em todo território nacional capazes de promover o pluralismo de informação”, afirma.

Por uma “liberdade de imprensa ideal”

“O pluralismo de informação deve compreender todas as vozes, todos os atores políticos, sociais e outros e serem capazes de ter voz em qualquer órgão de comunicação social, poderem apresentar as suas ideias sobre o país, sobre o que desejam. Para nós, é essa liberdade de imprensa que é ideal”, continua.

Neste momento, acrescenta, as liberdades de imprensa e de expressão em Angola ainda têm “oscilações”.

Segundo Teixeira Cândido, ainda não há a perceção de que estas liberdades fundamentais são ferramentas que ajudam todos: partido no poder, oposição, sociedade civil, igreja e aos cidadãos em geral.

“Não faz sentido que os governadores tenham receio de que mais liberdade de imprensa implique libertinagem, que implique combate a quem governa. Não. Quem governa tem que ter a capacidade de se preparar para responder às críticas que vão surgir”, afirma Cândido.

Carreiras profissionais: “Um mérito de todos”

A partir deste mês de março, os órgãos públicos, incluindo a TV Zimbo, parceira da DW África, vão começar a implementar as carreiras profissionais, uma luta travada há anos pelo sindicato.

“Um mérito que deve ser atribuído a todos. Quer ao Ministério, que se empenhou nesta situação, quer aos conselhos de administração das empresas, e obviamente também ao sindicato”, afirma.

E quanto aos salários dos órgãos privados de comunicação? Teixeira Cândido responde que se fará nos próximos tempos uma assembleia geral com vista a um memorando com estes órgãos, para se começar “a discutir o acordo coletivo de trabalho e estabelecer um salário mínimo”.

“Não fazem sentido os salários que se pagam na imprensa privada na ordem dos 90, 70 ou 50 mil kwanzas”, considera.

No âmbito das comemorações dos seus 30 anos de existência, o SJA homenageia esta segunda-feira figuras que se batem pela liberdade de imprensa em Angola.

 

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