O Sindicato Nacional de Professores (SINPROF) de Angola diz esperar que o Governo tenha retirado lições importantes da pandemia da covid-19 para enfrentar de maneira diferente os desafios impostos ao ensino. Inquérito feito pelo SINPROF aponta deficiências nas escolas angolanas.
Falta de condições das escolas, nomeadamente a falta de água potável, infraestruturas deficientes e necessidade de mais diálogo entre o Governo e os parceiros sociais para definição de políticas para o sector são algumas conclusões do inquérito levado a cabo por aquela organização sindical sobre o impacto da pandemia da covid-19 no processo de ensino e aprendizagem e que foi apresentado recentemente no Lubango, província da Huíla.
Numa altura em que se assiste uma diminuição significativa no número de casos e um abrandar nas medidas restritivas, o presidente do SINPROF revelou que a covid-19 veio destapar de forma evidente as fragilidades do sistema de ensino angolano.
“Esse trabalho revela que todos devemos trabalhar, quer de um lado, parceiros sociais na vertente SINPROF, porque nós somos um sindicato de carácter reivindicativo, mas também participativo por formas a que o executivo tome medidas e salvaguardarmos um ensino que de facto seja igual ou próximo dos países vizinhos como a Namíbia, RDC, etc.”, disse Guilherme Silva, que defendeu mais investimentos no sector.
“O que se tem alocado ao sector da educação, um dígito do Orçamento Geral do Estado, nós não sairemos do fosso em que nos encontramos nem daqui a 100 anos. Há necessidades de Angola ter a coragem de investir na educação uma fatia igual ou superior a 20 por cento por formas a podermos ombrear com outros países. Essas riquezas estarem voltadas para o investimento na educação às infraestruturas: escolas que tenham laboratórios que tenham espaços desportivos, etc de formas a que o aluno se sinta atraído na escola”, sustentou Silva.
O secretário de Estado para o Ensino Primário e pré-escolar, diz que o Executivo retirou da pandemia da covid-19 algumas lições que podem servir no futuro.
“Fizemos o possível para que pudéssemos contornar esses problemas e não deixássemos as escolas vazias não deixássemos as nossas crianças ficarem o tempo todo sem ter as aulas daí a razão de termos optado por rádio aulas e teleaulas e foi possível orientar as direcções provinciais para que essas fizessem sentir as direcções de escolas para que os pais e encarregados de educação estivessem envolvidos, isto é, indo às escolas buscando tarefas para que os alunos estivessem ocupados em casa”, concluiu o governante.