Força política fundada por ex-membros da ala juvenil do MPLA garante que não é satélite do partido no poder. Vai tentar a legalização no Tribunal Constitucional para “defender a juventude angolana” já em agosto.
O Partido Angolano de Jurisnaturalismo e Democrático, fundado por ex-membros da ala juvenil do MPLA, garante que não é satélite do partido no poder. Vai tentar a legalização no Tribunal Constitucional para “defender a juventude angolana” já em agosto.
A Comissão Instaladora do Partido Angolano de Jurisnaturalismo e Democrático (PAJUD), fundado por por ex-membros da ala juvenil do MPLA, partido no poder, está convicta de que a força política será legalizada e participará nas eleições gerais de agosto deste ano. O PAJUD, formado por jovens, entra no “jogo político” para defender e fazer valer os propósitos da juventude angolana, segundo o seu coordenador, Mauro Mendes.
A nova força política prevê apresentar ao Tribunal Constitucional nos próximos dez dias um total de 7.500 mil subscrições – número exigido para a legalização de um partido em Angola. O país não legaliza novos partidos desde a eleição do Presidente João Lourenço, há cinco anos.
A insuficiência de números de assinaturas tem sido apontada como a razão do não reconhecimento de novas forças partidárias pelo Constitucional.
É, por exemplo, a justificação dada no caso do PRA-JA Servir Angola, projecto político de Abel Chivukuvuku. No fim de março, o Tribunal chumbou a legalização de mais uma comissão instaladora, da Ação pelo Reforço da Democracia em Angola (ARDA), partido criado pelo político Teka Ntu.
No entanto, o líder do PAJUD, Mauro Mendes, disse este sábado (09.04) à DW África que a sua organização trabalha arduamente para não cometer os “erros” de outras forças políticas: “Posso garantir que a nossa instituição vai ser legalizada pelo facto de estarmos a cumprir todos os passos exigidos. Primeiro, procuramos saber onde os outros têm falhado, para podermos partir sem cometermos os mesmos erros”.
PAJUD dispensa coligações
Mauro Mendes diz estar pronto para concorrer às eleições deste ano e descarta a possibilidade de se unir a outro partido: “Não vamos coligar-nos com partido nenhum, porque pensamos que, enquanto jovens, precisamos de impor as nossas ideias e visões com instrumentos próprios”, explica.
“Temos dito que o PAJUD é o partido da continuidade geracional. De forma gradual vamos impor-nos e vamos conseguir manter o nome do PAJUD, impor as nossas ideias e conquistar o nosso espaço”, garante.
O partido de Mauro Mendes espera ter o maior voto da juventude angolana na corrida eleitoral. “Vamos mostrar aos jovens que conhecemos os seus problemas e vamos ajudar encontrar soluções, no sentido deles confiarem os votos ao PAJUD”, diz o líder.
Partido não visa dispersar votos
Pelo facto de ser criado por antigos membros da JMPLA, ala juvenil do partido no poder, e surgir na véspera das eleições, muitos cidadãos suspeitam que o projeto visa dispersar os votos. Mauro Mendes nega este rótulo e afirma que o PAJUD “não é partido satélite do MPLA”.
“Esse partido é constituído por jovens e surge pela vontade dos jovens. Aliás, vamos manter-nos no mosaico político do país por vontade própria da juventude”, referiu o jovem político angolano.
A comissão instaladora do Partido Angolano de Jusnaturalismo e Democracia realizou neste sábado a sua Assembleia Constitutiva. O partido de esquerda socialista está representado nas 18 províncias do país, segundo a sua direção, e pretende priorizar a participação dos cidadãos na vida económica, social e económica do país.
Para além de militar no MPLA, o coordenador da comissão instaladora do PAJUD, Mauro Mendes de 35 anos, é conhecido na sociedade civil como líder de associações juvenis.
A direcção Nacional do PAJUD é composta por 90 membros. Tem como vice-presidente Lusseico Alberto e Mazonzama George é o secretário-geral da organização.