A polícia angolana avisou que tornará a usar da força para impedir que fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) ocupem os templos que foram apreendidos há vários meses.
Na quarta-feira, 20, houve confrontos entre a polícia e fiéis da igreja quando agentes tentaram desalojar os ocupantes que desde sábado fazem vigílias em protesto contra a decisão do Estado de reter os templos depois de um tribunal ter ordenado o seu descongelamento.
O tribunal absolveu dirigentes da ala brasileira da IURD de várias acusações de crimes de ordem financeira, mas o Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos continua a impedir o acesso às igrejas afirmando não ter recebido qualquer notificação do tribunal.
A ala brasileira da IURD acusa o Instituto de favorecer os dissidentes da ala angolana.
O director o director de Comunicação Institucional do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, superintendente Nestor Goubel, “avisou que as autoridades não vão tolerar qualquer ocupação, sem nota de entrega do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), entidade que é igualmente fiel depositária dos templos que foram apreendidos por ordem da Procuradoria-Geral da República (PGR)”.
“O comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional deixa bem claro que não teremos contemplações para aqueles que vierem invadir os templos ou tentarem usar sem a nota de entrega”, disse.
“É preciso esperar até que as autoridades dêem uma nota de entrega a quem vai usar”, acrescentou.
De um lado estão os bispos absolvidos do tribunal e seus fiéis a reclamarem a titularidade dos templos, do outro lado os supostos bispos dissidentes, que entendem serem os proprietários do património, tal como disse à VOA o bispo Valente Bezerra Luís, quem afirma ser ele o dirigente da igreja.
“Os templos pertencem aos membros da Igreja do Reino de Deus e a direcção é a direcção da igreja IURD e a direcção é dirigida pelo Bispo Valente Bezerra Luís”, garantiu o próprio Bezerra Luís.