O Homem mais rico do mundo vai gastar 44 mil milhões de dólares na rede social que suspendeu Ventura e baniu Trump. Uma vez que Musk defende menos moderação e mais liberdade de expressão, está aberta a porta para o regresso do ex-presidente dos EUA.
A administração da rede social Twitter aceitou a proposta de compra de Elon Musk, no valor de 44 mil milhões de dólares (cerca de 40 mil milhões de euros). O acordo com o homem mais rico do mundo, dono da Tesla e da SpaceX, foi fechado esta segunda-feira, 25, ao preço de 54,2 dólares por ação, e a operação deve ser concretizada ainda este ano.
Elon Musk, que já detém 9,2% do capital da empresa, a troco de três mil milhões de dólares, pretende aligeirar a moderação do que é publicado na rede social, justificando essa posição com a necessidade de proteger a liberdade de expressão, “a base de uma democracia funcional”, defendeu, após o conselho de administração do Twitter ter divulgado o acordo. “O Twitter é a praça central de uma cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”, acrescentou.
Donald Trump, recorde-se, foi banido desta rede social devido aos seus comentários e o possível regresso do ex-presidente dos Estados Unidos da América é uma das grandes dúvidas, face a esta mudança de atitude. A conta do português André Ventura também já esteve várias vezes suspensa, desde que o Twitter passou a monitorizar e a punir o assédio ou os discursos de ódio. Musk já disse preferir as penalizações temporárias às vitalícias, o que, à luz do novo acordo, paracem reabrir as portas do Twitter a Trump.
Derrotar a atividade dos bots (computadores “mascarados” de utilizadores de carne e osso para influenciar opiniões) no Twitter e restringi-lo a humanos é outro objetivo já assumido por Elon Musk, que prometeu retirar a empresa da Bolsa para não ficar suscetível à pressão das flutuações do mercado.
Segundo o bilionário, não é o dinheiro que o move nesta operação. Os 44 mil milhões de dólares que vai gastar – o equivalente a 20% do PIB português – servem outros propósitos, que nem os negócios com os carros autónomos nem a aposta na indústria aerospacial, por muito rentáveis que sejam, conseguem proporcionar. “Ter uma plataforma pública que é totalmente confiável, abrangente e inclusiva é extremamente importante para o futuro da civilização.” Será?