A pouco mais de três meses das eleições em Angola, com a bipolarização entre o MPLA, no poder, e a UNITA, na oposição, a assumir a maior parte da atenção, os demais partidos com assento parlamentar preparam estratégias com vista a conseguir os melhores resultados. Partidos justificam não adesão à Frente Patritórica Unida.
Na Assembleia Nacional, de acordo com os resultados das últimas eleições, a CASA-CE, foi a terceira força política mais votada, que tem anexada a si o Bloco Democratico (BD), seguida do PRS e da FNLA, a que menos votos obteve.
A VOA quis saber junto desses partidos que voos perseguem em Agosto.
O presidente da CASA-CE afirmou que “atendendo à posição musculada dos dois actuais principais partidos, se os angolanos acharem que devem decidir por alguém mais pacifico que possa trazer tranquilidade para Angola e apostar na CASA-CE, nós estamos prontos a assumir o desafio”.
Questionado sobre o por quê de a coligação não se juntar à Frente Patriótica Unida (FPU), liderada pela UNITA. Manuel Fernandes respondeu que “não nos permite dissolver a CASA para ir discutir quotas de participação na lista de um partido
político, seria uma irresponsabilidade de todo tamanho”.
Fernandes reiterou que “temos que abandonar o pensamento de que a UNITA é o enviado especial de Deus para operar a alternância, não pode ser”.
O BD está no Parlamento por via da CASA-CE, mas, contrariamente aos demais partidos da coligação, aderiu à FPU.
Muata Sebastião, secretário-geral, justifica que “a entrada na Frente Patriótica é apenas uma participação política estratégica, no caso, para alcançar um interesse nacional, a alternância, estamos a convergir mas não perdemos a nossa independência, nem a nossa própria ideologia”.
Por seu lado, o PRS que ficou em quarto lugar nas eleições de 2017, coloca bem alto a bitola, segundo o seu secretário-geral: “De modo algum o Partido da Renovação Social nestas eleições de Agosto vai se contentar com o terceiro lugar, nós queremos alcançar o poder político em Angola”.
Quanto à não adesão à FPU, Rui Malopa afirma que “todas as outras forças políticas de Angola almejam o Estado unitário que propicia a concentração do poder, o PRS é única que oferece aos angolanos um modelo diferente, por isso o PRS vai sozinha sair da quarta para o primeiro lugar”.
A FNLA, o partido menos votado em 2017, entende que para Agosto tem um propósito modesto que é desalojar a UNITA do segundo lugar.
“Com realismo e bom senso, caso não consigamos ser poder em Agosto, nós vamos liderar a oposição política em Angola, o partido do equilíbrio”, disse Ndonda Nzinga.
Ele acrescenta que o partido não “pode entrar nesta trapalhada de que não se sabe o que é em concreto: Se é FPU se vai ser FNLA enfim que pode até confundir o cidadão eleitor”.
O jornalista Ilídio Manuel entende que estes partidos que recusam entrar na FPU não são oposição de facto.
“É uma oposição que eu chamo de orientada e disciplinada, que faz oposição nos moldes que o MPLA quer, fazem o jogo e nãoo se assumem como oposição na prática”, sustenta aquele analista político, que afirma que o país nunca teve eleições como tais.
A FPU é integrada pela UNITA, BD e o projecto político PRA Já-Servir Angola.