As Receitas do petróleo em Angola subiram 71,1% no primeiro semestre, em comparação com os primeiros seis meses do ano passado, apesar de a produção ter aumentado apenas 3,3%, de acordo com a consultora Oxford Economics Africa.
“Apesar dos níveis historicamente baixos da produção petrolífera, as estatísticas do Ministério das Finanças de Angola continuam a mostrar uma forte melhoria nas receitas governamentais petrolíferas, principalmente devido aos preços mais elevados”, escrevem os analistas, notando que as receitas chegaram aos 4,2 biliões de kwanzas, cerca de 96,3 mil milhões de euros, no primeiro semestre.
Num comentário aos números da produção de petróleo em Angola, os analistas da Oxford Economics Africa estimam um aumento da produção este ano, de 1,13 milhões de barris diários em 2021, para 1,18 milhões este ano, mas a previsão tem um grande risco chamado China, o principal comprador do petróleo angolano.
“Apesar de as restrições se terem abrandado nas maiores cidades chinesas em junho, o risco de novos surtos e confinamentos, que poderiam limitar a procura chinesa por crude, continuam elevados”, dizem os analistas, lembrando que a China é o comprador de 70% do petróleo vindo de Angola, que foi comprado a 112,7 dólares por barril em junho.
“Angola enfrenta uma forte competição da Rússia, que pode obrigar o país a descer o preço das cargas, já que a Rússia está a disponibilizar petróleo barato às refinarias chinesas num contexto de embargo do petróleo russo por parte de outros países; aliás, em maio, a Rússia já ultrapassou a Arábia Saudita com o principal fornecedor de petróleo à China”, salienta a Oxford Economics Africa.