O Presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, lamentou hoje que o Presidente da República, João Lourenço, em plena campanha eleitoral, continue a assinar contratos e a fazer dívidas para “comprometer o futuro dos angolanos”.
“A dívida de Angola nunca para de crescer. Em plena campanha, o Presidente da República, continua a fazer dívidas e a assinar contratos. Vocês é que vão pagar essas dívidas”, disse o presidente da UNITA durante um comício no município do Cuango, província da Lunda-Norte, no âmbito da campanha eleitoral.
Na sua opinião, com entrada do Governo em gestão, o Presidente da República já não podia fazer dívidas e assinar contratos.
O líder do principal partido da oposição insistiu que o combate à corrupção em Angola está a ser selectivo e processos de muitos acusados não têm andamento.
“O Presidente João Lourenço está a conduzir o combate à corrupção financeira de forma selectiva. O Presidente da República aumentou a corrupção em Angola”, acrescentou, salientando que a alternância do poder está ao alcance de todos.
O candidato da UNITA à Presidente da República voltou a acusar a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de violar a Lei, por não ter feito a auditoria ao ficheiro informático de cidadãos maiores.
“Não aceitam a auditoria ao ficheiro informático de cidadãos maiores, porque estão apostados na fraude. No dia das eleições não abandonem as assembleias. Fiquem a 500 metros para defenderem o vosso voto”, apelou.
“Apelo a todos para irem ao voto para haver mudanças em Angola”, acrescentou, salientando que com a queda da popularidade, o partido no poder está aflito.
Adalberto Costa Júnior reafirmou a disponibilidade do partido no diálogo construtivo que conduza à resolução dos problemas nacionais.
“É preciso ouvir as pessoas para saber dos seus problemas. O que não acontece”, disse, frisando que o município do Cuango é muito rico em diamantes, mas os seus habitantes vivem na pobreza.
“As cooperativas dos diamantes foram proibidas. A vida é difícil para a maioria dos que aqui vivem”, referiu o presidente da UNITA que defendeu a institucionalização das autarquias para haver descentralização do poder.
“O povo do leste angola sofre muito, porque as estradas estão em péssimas condições, o transporte de mercadorias do litoral para o leste é muito demorado e caro”, acrescentou, salientando que no País existem muitas injustiças a que urge por cobro.
Disse que se UNITA vencer as eleições, será feita uma revisão da Constituição da República e a alteração da Lei Geral de Terras.
“Quando uma pessoa acumula muitos cargos começa a falta de respeito pelos cidadãos. O Presidente da República tem que ser eleito directamente e não pode apanhar a boleia através dos partidos”, referiu.
“As terras dos habitantes locais são expropriadas deixando os proprietários sem espaço para fazer agricultura. No Governo da UNITA isso não vai acontecer”, prometeu.
Recorde-se que também hoje, o presidente do MPLA e candidato à sua sucessão na Presidência da República, João Lourenço, acusou o candidato da UNITA, Adalberto Costa Júnior, de estar a ser financiado pelos “corruptos que esvaziaram os cofres do País”, numa referência clara à empresária Isabel dos Santos e à sua irmã, Tchizé dos Santos.
Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.
Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.
A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi). Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).