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África: Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves pede “olhar mais fino” em relação à inclusão social

O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, pediu hoje um “olhar mais fino” e um “destaque especial” à inclusão social, considerando que as associações fazem “milagre” com um trabalho “extremamente importante”.

“Cada vez mais, e sobretudo nestes tempos pós-pandémicos, com o aumento da pobreza, o aumento das desigualdades, há necessidade de termos um olhar mais fino em relação a esta problemática da inclusão social”, apelou o chefe de Estado.

José Maria Neves intervinha, na cidade da Praia, na cerimónia de entrega de prémios por parte da seguradora Garantia, do grupo de origem portuguesa Fidelidade, a cinco associações que trabalham nas áreas de inclusão social de pessoas com deficiência ou incapacidade permanente e na prevenção em saúde.

De acordo com o mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana, as associações que trabalham com a inclusão social fazem “milagres”, num trabalho “extremamente exigente” e que exige um “espírito missionário”.

Neste sentido, considerou que é preciso valorizar o prémio e a atenção que a maior seguradora do país, com uma quota de mercado de 66%, dá a essas associações, nesta que é a segunda edição do prémio em Cabo Verde.

“Precisamos chamar mais atenção, interpelar muito mais as empresas e a sociedade cabo-verdiana em relação a essas questões”, insistiu Neves, entendendo que as associações merecem um “destaque especial” para mostrar à sociedade essas boas práticas.

“Também esses prémios são inspiradores, iluminam novos caminhos, abrem espaço para intervenção de novas empresas e abrem espaços também para uma maior participação de cidadãos e da sociedade na busca de soluções para esses problemas”, afirmou, insistindo na ideia da necessidade de diminuir o peso do Estado da sociedade cabo-verdiana.

José Maria Neves sublinhou também o trabalho que é feito no país na área da prevenção da saúde, esperando que para o próximo ano mais organizações da sociedade civil se candidatem ao prémio e que os valores sejam mais elevados.

A II Edição do Prémio Garantia Comunidade, lançada em abril, teve 10 candidaturas de associações das ilhas de Santiago, São Vicente e Fogo, e um júri selecionou cinco projetos, sendo três na área de inclusão social de pessoas com deficiência ou incapacidade permanente e duas em prevenção em saúde.

As vencedoras na área de prevenção da saúde foram a Associação Comunitária de Achada Eugénio Lima, da Praia, com um projeto de 350 mil escudos (3.174 euros), e a Associação Novos Amigos do Mindelo, com 747 mil escudos (6.774 euros).

Na área de inclusão social de pessoas com deficiência, foram selecionadas a Associação Cabo-verdiana de Promoção e Inclusão das Mulheres com Deficiência (APIMUD), com 999 mil escudos (9 mil euros), a Associação Fogo Solidário (Afosol), com 795 mil escudos (7.209 euros) e a Associação das Famílias e Amigos das Crianças com Paralisia Cerebral (Acarinhar), com um milhão de escudos (9 mil euros).

O prémio enquadra-se no Programa de Responsabilidade Social e na Estratégia de Sustentabilidade da seguradora, e faz parte das atividades comemorativas do 31.º aniversário da Companhia, ocorrida em 1 de novembro.

Na primeira edição, realizada em 2021, foram registadas 23 candidaturas e o valor total do prémio foi de 2,5 milhões de escudos (22,6 mil euros).

O presidente do conselho de administração da Garantia, Eugénio Ramos, disse que o prémio vai continuar, com a terceira edição a ser lançada em abril do próximo ano, e, em função da capacidade e os resultados da empresa, ver a possibilidade de aumentar os valores e abranger outras áreas.

Em 2021, os lucros da Garantia aumentaram 17%, face ao ano anterior, para 1,9 milhão de euros, apesar da crise económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo o relatório e contas, tendo o conselho de administração aprovado que 10% desse valor será aplicado na reserva legal e 30% transferido para outras reservas.

A Fidelidade — Companhia de Seguros detém uma participação de 55,89% do capital social da seguradora Garantia, enquanto o Banco Comercial do Atlântico (de Cabo Verde, do grupo Caixa Geral de Depósitos) assume uma quota de 25% e o Instituto Nacional de Previdência Social de 12,19%, cabendo ainda 4,5% aos Correios de Cabo Verde, enquanto os restantes quase 2,42% das ações estão nas mãos dos trabalhadores.

A Garantia — que resultou da cisão do Instituto de Seguros e Providência Social de Cabo Verde e posterior privatização, em 1992 — é controlada pelo grupo Fidelidade. Este, na sequência da privatização da companhia portuguesa, passou a ter a FOSUN International Limited (FIL), através da Longrun Portugal, SGPS, como principal acionista, com 84,9861% do capital social.

A Caixa Geral de Depósitos continua como acionista estratégico, detendo 15% do capital social da Fidelidade.

 

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