A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) aprovou dois novos projetos de cooperação, que abrangem Guiné Equatorial, Brasil e Timor-Leste e representam um investimento total de 110 mil euros, disse à Lusa um responsável da organização lusófona.
O diretor de Cooperação da CPLP, Manuel Lapão, adiantou que ambos são projetos que já foram desenvolvidos anteriormente, mas que agora vão ser executados em Estados-membros da comunidade onde ainda não tinham chegado.
Os dois projetos foram aprovados na XLV Reunião dos Pontos Focais de Cooperação, que decorreu entre segunda-feira e hoje na sede da organização, em Lisboa.
Uma das iniciativas visa a criação de manuais de arquitetura sustentável para o Brasil e Guiné Equatorial e, o outro, será a segunda fase de um plano de ética no desporto da CPLP, que se destina a Timor-Leste e também à Guiné Equatorial – o membro mais recente da comunidade, a que aderiu em 2014.
Quanto ao projeto dos manuais, Manuel Lapão recordou, que, em tempos, a CPLP já tinha tido uma edição dos mesmos para vários países de África. Estes manuais “identificam o potencial de materiais nacionais para a construção de habitações sustentáveis”, explicou.
Por isso, o que “se trata agora é de completar um ciclo, dado que fizemos publicações para todos os países em África, à exceção da Guiné Equatorial” e no Brasil também ainda não tinha sido desenvolvido.
Quanto ao objetivo do projeto, “mantém-se o mesmo”, garantiu o diretor de cooperação da CPLP: “Avaliar materiais sustentáveis que permitem a construção de habitações que respeitem os normativos ambientais e acabam por servir uma população que não tem acessibilidades para ter uma construção nos termos que conhecemos habitualmente”.
De acordo com Manuel Lapão, este projeto, que será “financiado em parcelas”, representa um “investimento total próximo dos 50 mil euros”, mas não prevê quando possa estar concluído.
Já a fase dois do plano de ética no desporto da CPLP, pretende levar, agora a Timor-Leste e à Guiné Equatorial, “os ideais da ética desportiva para ações de capacitação de formadores, que depois deverão replicar essa formação no contexto nacional” e poderá contar com a ‘ajuda’ do Brasil para um seminário técnico.
Segundo Manuel Lapão, este projeto poderá levar cerca de um ano e meio a ser executado e implica um investimento total próximo dos 60 mil euros.
Quanto ao nível de execução dos projetos de cooperação da CPLP entre 2020 e 2022, também apreciado na reunião dos pontos focais, Manuel Lapão adiantou que a “execução financeira foi claramente acima de 60% e a execução técnica acima de 50%, que oscila entre dois e três anos”.
Portanto, concluiu: “Uma execução em bom curso”.
“Terminámos mais uma reunião dos pontos focais da CPLP, creio que é a última da presidência de Angola, aprovámos uma agenda que contou com o acompanhamento de atividades e execução no âmbito do Fundo Especial da CPLP e outros temas de cooperação”, disse aos jornalistas, após o encontro, o coordenador do ponto focal de cooperação angolana, Carlos Sardinha Dias, enquanto representante do país que tem a Presidência em exercício da comunidade.
Além disso, acrescentou: “Aprovámos também a deliberação dos manuais e algumas propostas da CPLP e agenda de trabalhos para o ano de 2023”.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.