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Governo de Angola anuncia “plano de recapitalização complementar” para a Transportadora Aérea de Angola (TAAG)

A Transportadora aérea angolana TAAG vai contar com um plano de recapitalização e saneamento complementar, visando garantir recursos para “maior estabilidade” no seu processo de reestruturação, disse hoje o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu.

“Estamos a fazer um trabalho com o Ministério das Finanças que é o plano de recapitalização e saneamento complementar da TAAG, garantindo que a companhia aérea passa a ter recursos para conseguir fazer com maior estabilidade todo este processo de reestruturação”, afirmou Abreu, sem avançar números.

O ministro angolano, que respondia à questão sobre as constantes reivindicações dos funcionários da transportadora estatal angolana, manifestou-se também confiante de que o plano será apreciado, em breve, em Conselho de Ministros.

“Em breve este mesmo documento será apreciado a nível do executivo e aprovando-se será implementado, o que vai permitir um processo de reestruturação um pouco mais estável, mas que é necessário reestruturar, é necessário”, frisou.

Falando na 8.ª edição do Café CIPRA (Centro de Imprensa do Presidência da República de Angola), em Luanda, o governante considerou existirem indicadores que demonstram claramente a necessidade de reestruturar a TAAG, em termos de processos, tecnologia e com “profissionais verdadeiramente comprometidos com a companhia aérea”.

“E não algumas pessoas que, eventualmente, se possam, ou puderam aproveitar da empresa para os seus benefícios individuais”, atirou.

Defendeu também, na sua intervenção, a necessidade de perceber o universo de questões em volta da companhia área angolana, sobretudo por ser o “maior empregador do setor empresarial público”.

“E é preciso percebermos o universo de questões que está dentro de uma companhia com esse volume de trabalhadores e que tem várias implicações”, argumentou.

Segundo o governante angolano, a TAAG teve, nos últimos 44 anos, 20 órgãos de gestão diferentes, “e provavelmente não deve haver uma empresa angolana em que isso tenha ocorrido”, pelo que, notou, esse fator “não deve ser ignorado”.

“Temos que ter uma abordagem estruturada, serena e calma e sem as nossas emoções à flor da pele para explicar uma questão tão importante e estratégica dentro do ecossistema da aviação”, apontou.

O ministro angolano recordou ainda que a TAAG, empresa que no plano “emocional e uma marca fundamental” do “sentido patriótico”, se manteve firme no tempo da pandemia de covid-19 e não despediu pessoal como aconteceu noutras companhias.

A empresa estatal angolana, avançou, teve prejuízos assumidos pelo Estado acumulado ao longo dos últimos dois ou três anos, devido à pandemia, de mais de 600 milhões de dólares (556 milhões de euros).

Em relação aos resultados líquidos da TAAG em 2022 não avançou números, mas disse que registam um prejuízo muito abaixo daqueles registados em 2019, no período pré-pandemia.

“Os números da TAAG serão publicados em breve depois da auditoria que está em curso, a TAAG está com um desempenho quase que equivalente do ponto de vista operacional aos números de 2019”, rematou Ricardo de Abreu.

“Balanço e Desafios do Setor dos Transportes” foi o tema da 8.ª edição do Café CIPRA, que congregou jornalistas, operadores, associações do setor e demais interessados.

 

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