O Bloco Democrático (BD) convidou hoje os seus militantes e simpatizantes a participarem “de forma pacífica” na manifestação nacional convocada pela sociedade civil para sábado em Angola e aconselhou o Presidente angolano a não manter “a provocação belicista contra o povo”.
O Bloco Democrático é a segunda organização partidária a mostrar-se solidária com a marcha convocada pela sociedade civil, contra a subida dos combustíveis, depois de o braço juvenil da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), a JURA, ter anunciado também esta intenção.
O partido sublinha que nos últimos meses, “Angola acumulou uma série de ataques contra o povo, de retrocesso à instalação da democracia” e fala de violações ao direito dos trabalhadores e à liberdade de expressão e manifestação.
Por outro lado, sublinha que as reivindicações da sociedade civil contra a subida do preço dos combustíveis, o fim da venda ambulante e as propostas de lei que pretendem limitar os direitos “são justas” e “visam impedir o aprofundamento da miséria e o cercear das liberdades”.
Para o partido, se o Estado não cumpre as suas responsabilidades, “o povo reage pacificamente, com independência, mostrando a sua indignação”.
O BD condenou também a “repressão violenta contra o povo”, no âmbito dos protestos, que alega ter provocado, no início do mês, a morte de nove pessoas (as autoridades angolanas admitiram apenas a morte de cinco pessoas no Huambo) e repudiou as manobras do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, partido do poder em Angola desde 1975), que procura manter os “privilégios e controlo político inconstitucional”.
Num comunicado divulgado nas suas redes sociais, o BD apela ainda à polícia, forças armadas e governos provinciais a manterem-se nos “marcos da Constituição e não lograrem ações violentas” e instam a comunidade internacional a aconselhar o Presidente angolano, João Lourenço, “a não manter a provocação belicista contra o povo angolano”.
O Bloco Democrático, liderado por Filomeno Vieira Lopes, concorreu às eleições gerais do ano passado integrado na Frente Patriótica Unida, coligação que congrega também a UNITA (maior partido da oposição), de Adalberto da Costa Júnior, e o projeto político PRA-JA, de Abel Chivukuvuku.