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A emigração de jovens angolanos “um fenómeno cada vez mais comum” —Jesus Quiuma

É imprecionamente a constante subida de números de jovens angolanos que, de forma significante emigram na esperança de mudar o “rumo das suas vidas”, desde a realização pessoal, qualidade de vida e sucesso profissional, o que certamente, faz todo sentido quando se é jovem.

Trago uma reflexão sobre o quadro actual do País acerca das dúvidas, inseguranças, e incertezas em relação ao futuro dos jovens em Angola.

Em qualquer conversa de jovens, ouço dizendo: de um lado, já consegui tratar o meu passaporte agora vou atrás do visto e tirar o pé da “banda”, vou tentar uma vida melhor lá fora. Do outro lado, vejo jovens a reclamar, tristes com a realidade e sem saber o que fazer, uns caem nas drogas e no crime, porque já não acreditam na possibilidade real de ter seu sonho concretizado.

“A situação política, o desemprego e as deficientes condições de acesso à saúde, à educação, acrescenta-se ainda a subida substancial dos preços dos produtos básicos, leva os jovens a desacreditarem dos seus sonhos em Angola porque para eles tornou-se impossível realizá-los, ou talvez, que não seja vantajoso segui-los aqui”. Por isso, os jovens preferem emigrar para outros países do mundo, onde podem se projetar ou ter pelo menos um nível de vida compatível com a formação que adquiriram ou sonham adquirir.

Com estes cenários politicos actual, e, sobretudo o agravamento do nível de vida, constata-se que Angola está muito longe de ser um país que proporcione o mínimo para a dignidade humana. Ao olharmos para esta situação, surgem várias questões na cabeça de todos, certamente, por que se preocupam e querem ver resolvidos tais problemas. Aqui estão algumas questões que obviamente é comum entre os angolanos:

Certamente! São vários questionamentos, mas, afigura-me importante citar estes;

  1. Quais são as prioridades de Angola?
  2. Será que este quadro actual do país não chama atenção de quem governa?
  3. Como será feita a implementação dos programas económicos estabelecidos, se dia após dia, há quadros jovens a sairem do país?
  4. Será que isto é o que chamamos de corrigir o que está mal e melhorar o que está bem?
  5. O que nos espera nos proximos anos?

E como resolver estes problemas?

Ora, com certeza! os jovens estão dispostos a oferecer sua parcela de contribuição à sociedade. Em contrapartida, esperam 2 coisas do País, que podem ajudar Angola a estabilizar o quadro actual.

  1. Criação de oportunidades de trabalho com salários justos

O país está diante de um cenário econômico desfavorável, onde o salário mínimo nacional de “32 181,15 kz” tendo como base o Decreto Presidencial n.º 54/22, sofre perda de poder de compra diariamente. Fazendo um cálculo básico e sem ciência, tendo em vista o sustento de uma família com 6 membros, numa lista composta por produtos básicos como: Feijão, arroz, carne, trigo, leite, batata, sal, açúcar, massa, óleo, peixe, coxa de frango, fuba de bombó e de milho, tomate e cebola, com quantidades estimadas para um consumo mensal, “no mercado informal”, estima-se que o salário mínimo necessário para cada mês está avaliado em 128.000,00. Assim sendo o grau de cobertura com a renda minima nacional é de apenas 25%. A renda minima de 128.000,00 é uma renda que Infelizmente está longe da realidade da população Angolana, a julgar pelos números de cenários do pais, o índice ligado à falta de empregos de boa qualidade é alto: a percentagem dos empregos informais permanece elevado, e muitos são trabalhos de subsistência.

Aconselha-se ao Governo ou aos fazedores de politicas, que ao pensar no salário minimo, deve-se prever os custos com alimentação, saúde, habitação, transporte, outras necessidades como engajamento civil (ex: estudos, livros, hobbies, documentos, etc). Só assim teremos o mínimo de qualidade de vida. Para isso, o Governo, as forças políticas, sociais e económicas precisam concordar quanto à sua urgência.

  1. Mais investimentos em educação e fim da corrupção nos órgãos públicos.

A educação é essencial para a formação do cidadão e transformação da sociedade. Ela é a responsável pela multiplicação do conhecimento e pelo desenvolvimento de habilidades úteis para a atuação do indivíduo em sua comunidade.

O sector da educação em Angola tem enfrentado vários desafios, os números referentes a quantidade de alunos fora do ensino obrigatório ainda são preocupantes, uma das causas da existência de crianças fora do sistema de ensino é a falta de salas de aula, ainda acrescenta-se que, das salas de aula que existem actualmente, nem todas oferecem as melhores condições de conforto e segurança, sendo grande parte delas salas provisórias ou mesmo ao ar livre.

Portanto, deve se implementar iniciativas e projectos para melhoria do sector, tais como Investimentos em construção de escolas públicas e abertura de concursos público em todos os sectores. “A construção de mais salas de aula ajudará não só a garantir condições para aumentar o número de vagas disponíveis no acesso ao ensino primário, como também ajudará a melhorar as condições de aprendizagem das crianças”.

A corrupção é um problema transversal, que está presente em todas as áreas da vida, sendo um fenómeno que impede e perturba o crescimento económico e que bloqueia o correto funcionamento interno. Sem esquecer que os fundos desviados tem enriquecido os paises a fora.

É necessário que haja concursos públicos em todos os sectores, um ambiente de transparência, ética, integridade, justiça independente e imparcial, baseada na lei, nos principios do bom senso e da boa-fé.

Dando fim a esta reflexão, “penso que no processo de construção de um país bom para todos as políticas devem funcionar genuinamente no interesse dos cidadãos, aconselha-se ao Presidente da República, a adopção de políticas concretas e aplicação das medidas que resolvam os problemas essenciais como a fome a falta de habitação, educação, saúde, o desemprego e a corrupçáo”. E para que isso aconteça, essas politicas devem ser mais profundas e transformadoras.

Faço votos de que se fortaleça a aplicação das medidas que resolvam os problemas essenciais, para o reforço e renovação da confiança junto dos cidadãos.

Jesus Quiuma

 

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