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“Subida da inflação em Angola é resultado da retirada dos subsídios” — Ministério das Finanças (MINFIN)

A Ministra das Finanças de Angola considerou hoje que o aumento da inflação é a primeira consequência da retirada dos subsídios aos combustíveis, que quase duplicou o preço num dos países onde eram mais baratos.

“Estamos a ver os primeiros sinais deste impacto”, disse Vera Daves de Sousa, numa entrevista à Bloomberg a partir de Paris, onde participa na cimeira sobre um novo pacto de financiamento global, promovido pelo Presidente da França e várias instituições financeiras mundiais.

A política monetária e várias medidas para prevenir “alguma especulação” de preços devem colocar a inflação novamente numa “trajetória descendente”, acrescentou a responsável pelas Finanças de Angola, país que viu a inflação subir para 10,62% em maio, depois de 15 meses seguidos a descer.

Angola está a tentar controlar a despesa e ganhar espaço orçamental para investir em setores como a educação, saúde e negócios locais para melhorar a vida das pessoas, disse a ministra.

Questionada sobre se teme mais manifestações contra a retirada dos subsídios, como a que aconteceu no sábado, Vera Daves respondeu: “Estamos a trabalhar arduamente nas medidas de mitigação, aumentámos o montante mensal de dinheiro para as famílias pobres, especialmente nas áreas rurais, e comprometemos mais verbas para o programa de entrega de dinheiro, e estamos também a estabelecer um fundo de emprego”.

Na entrevista à Bloomberg, a ministra manteve a meta de 3% de crescimento económico para este ano, e apesar de a produção de petróleo estar em queda, Vera Daves de Sousa disse que continuava com uma perspetiva positiva sobre o setor.

“Ainda estamos confiantes num crescimento de 3% este ano, mas vamos ver nos próximos meses como é que a produção de petróleo se comporta”, afirmou, vincando que continua afastada a possibilidade de emissão de dívida internacional por causa das taxas elevadas.

“A taxa de juro que o mercado nos ia pedir é demasiado alta para nós pagarmos, só vamos avançar quando percebermos que ao fazê-lo não nos vamos colocar numa situação arriscada em termos do serviço da dívida”, concluiu.

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