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Polícia Nacional de Angola (ANA) justifica carga sobre militantes da UNITA com “desacatos” e “desobediência”

A Polícia Nacional de Angola (ANA) justificou hoje uma intervenção policial contra militantes da UNITA no Moxico, com a necessidade de “reposição da ordem “ face a atos de desobediência e desacatos contra a autoridade.

O líder da JURA, braço juvenil da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, oposição), disse que os militantes do partido no Moxico foram alvo de uma carga policial com recurso a gás lacrimogéneo quando o foram receber ao aeroporto, incidente que provocou 10 feridos, um dos quais grave.

Num comunicado divulgado na página da rede social Facebook da Polícia Nacional, o Comando Provincial do Moxico diz que a intervenção se deveu ao facto de terem sido desobedecidas indicações previamente acordadas entre a polícia e os organizadores da receção a Nelito Ekuikui, “quanto ao movimento da delegação visitante desde o aeroporto até ao lugar de acomodação”.

As autoridades angolanas dizem que o facto da visita de Ekuikui ter sido comunicada “com bastante atraso”, ocorrendo em simultâneo outras atividades, seria necessário encerrar várias artérias da cidade “tendo as partes acordado no sentido de excluir a passeata que havia sido programada”.

No mesmo comunicado, referem que depois do desembarque da delegação da UNITA, os militantes tentaram realizar a passeata, “procurando forçar a barreira de segurança, insurgindo-se contra as forças policiais, com atos de desacato e desordem pública”.

Na sequência, as forças policiais “reagiram, repondo a ordem, tendo sido apreendidos 11 motociclos abandonados pelos intervenientes nos atos de desordem”.

Em declarações anteriores à Lusa, Nelito Ekuikui disse que chegou pelas 12:00 ao aeroporto de Luena (província do Moxico) para uma jornada de trabalho com a JURA (Juventude Unida Revolucionária de Angola), tendo os militantes que se encontravam à sua espera sido dispersados pela polícia com recurso a gás lacrimogéneo.

“Estes jovens estavam lá para me receber e meteram a PIR [Polícia de Intervenção Rápida] no aeroporto. Quando estávamos a tentar sair começaram a atirar gás lacrimogéneo e a disparar contra nós”, afirmou.

Segundo o secretário-geral da JURA, também deputado da UNITA, o objetivo seria “inviabilizar” a concentração dos jovens, tendo a carga policial resultado em dez feridos, um dos quais grave.

“Foi uma ação premeditada”, acusou, dizendo que não houve provocações por parte dos jovens, nem exibição de cartazes ou palavras de ordem ou qualquer ato que levasse à carga policial.

Nelito Ekuikui, que partilhou os vídeos na sua página de Facebook, disse que não houve detidos e acrescentou que foi atingido com uma granada de gás lacrimogéneo nas costas, queixando-se de “intolerância política” e “intimidação”, que aconteceram também noutras ocasiões.

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