O Presidente da República de Angola (PRA), João Lourenço, anunciou hoje, para final de 2024, a inauguração da Refinaria de Cabinda, que deverá estar pronta antes de novembro, e do Terminal Oceânico da Barra do Dande, na província do Bengo.
João Lourenço falava à imprensa no final da visita à obra de construção do Terminal Oceânico da Barra do Dande, considerando “satisfatório” o nível de execução física desta infraestrutura, avaliada em 642 milhões de dólares (587,9 milhões de euros ao cambio atual), para armazenamento de 580 mil metros cúbicos de produtos refinados de petróleo.
“Estamos a pensar, se calhar, inaugurar em novembro do próximo ano, por ser o mês da independência, embora, as indicações que recebemos, é de que a obra em si termine muito antes do mês de novembro do próximo ano”, disse João Lourenço.
O chefe de Estado angolano lembrou que dois grandes projetos estratégicos do setor dos petróleos “lamentavelmente, antes de 2017 foram simplesmente abandonados”, referindo-se ao Terminal Oceânico da Barra do Dande e à Refinaria do Lobito, esta com os trabalhos ainda por retomar.
“Qualquer um deles é projeto de grande importância estratégica para o país. Porque hoje se fala de segurança energética e, para se ter segurança energética, é preciso ter a garantia de produção de energia, por um lado, e ter uma grande capacidade de ‘stockagem’ de combustíveis”, frisou.
A obra do Terminal Oceânico da Barra do Dande foi iniciada em 2012, mas suspensa em 2016, tendo o Governo tomado a decisão de a retomar em 2018.
“Depois da decisão, ainda tivemos que aguardar quase três anos. A decisão foi tomada em 2018, mas, efetivamente, esta obra aqui teve início em 2021”, vincou o Presidente angolano.
“Em relação à Refinaria do Lobito, levou mais tempo, mas também a decisão está tomada e (…) efetivamente, já se retomaram os trabalhos de continuidade para a conclusão da refinaria”, acrescentou.
João Lourenço realçou que a Refinaria do Lobito vai contribuir para a exportação de derivados do petróleo, salientando que a política é exportar, de preferência, produtos refinados, e não petróleo bruto.
“Esta infraestrutura surge, precisamente, não apenas para assegurar, digamos, que não faltem produtos refinados para o consumo interno, para consumo do país, como também para termos maior oferta de produtos refinados para exportação”, referiu.
O Presidente angolano considerou “incompreensível” que um país como Angola, “que é o segundo maior produtor de petróleo a sul do Sahara, depois da Nigéria”, tenha apenas “a velha Refinaria de Luanda, como única unidade de refinação”.
“Em boa hora tomámos a decisão de criar capacidade para refinar uma boa parte do crude que nós exploramos. Vai surgir a Refinaria de Cabinda, por coincidência também no final do próximo ano. Mais ou menos na altura em que estaremos a inaugurar esta unidade aqui, estaremos também a inaugurar a Refinaria de Cabinda, acredito que para dezembro do próximo ano”, indicou.
Às Refinarias de Cabinda e do Lobito vão também juntar-se a do Soyo, que “por razões de diversa ordem, não iniciou ainda os seus trabalhos de construção”, segundo João Lourenço, manifestando convicção que a obra deverá “a qualquer momento arrancar”.