A Direção do Hospital Américo Boavida (HAB) em Luanda prometeu hoje “responsabilização devida” ao médico que terá negado assistência médica e medicamentosa a um paciente que viria a morrer, na terça-feira, na área adjacente a esta unidade hospitalar.
Em comunicado enviado hoje à Lusa, assinado pelo diretor geral do HAB, Mário Fernandes, a instituição refere que o paciente chegou pelas 05:58 minutos locais, de terça-feira, em estado grave trazido por familiares ao banco de urgência.
À entrada, acrescenta, o paciente foi conduzido ao médico em serviço, mas este “não só, não prestou qualquer assistência médico medicamentosa, como mandou aos familiares que o transportassem para fora da unidade hospitalar”, adiantou Mário Fernandes, aludindo a imagens do sistema de videovigilância.
O paciente morreu “minutos depois na área adjacente ao hospital”, assinala a nota, salientando que “existem indícios” de que o médico agiu “sem informar os restantes profissionais em turno e o supervisor em serviço”.
A direção do HAB anunciou a suspensão da equipa médica, na sequência do sucedido, e participou a ocorrência, por suposta negligência da equipa médica em serviço, junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Imagens que circulam nas redes sociais mostram o cadáver de um jovem no chão na parte exterior do HAB, localizado no Distrito Urbano do Rangel.
Além de reportar a ocorrência ao SIC e de suspender toda a equipa em serviço, a direção do HAB diz ter igualmente informado a Procuradoria-Geral da República sobre a “gravidade do caso”, disponibilizando todas as informações necessárias.
A unidade hospitalar reportou também o caso à Ordem dos Médicos (Ormed) Angolanos para o tratamento da matéria no foro ético e deontológico.
O hospital público, num comunicado, lamentou ainda “profundamente” o ocorrido, apresentou à família “sentimentos de pesar” e reiterou “o compromisso de tudo fazer para a responsabilização devida, por formas a evitar que episódios desta natureza voltem a acontecer”.
O presidente do Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos, Adriano Manuel, responsabilizou hoje o Ministério da Saúde e o diretor do HAB pela morte do jovem.
A Lusa procurou também obter reações da Ormed, mas até ao momento não obteve qualquer resposta daquele órgão.