A informação foi transmitida às associações e cooperativas de mototaxistas pelo governador de Luanda, Manuel Homem, num encontro com a classe no âmbito do Programa de Ordenamento do Trânsito.
No encontro, Manuel Homem referiu que o Governo Provincial de Luanda (GPL) acompanha a atividade dos mototáxis e tem “muito interesse” em garantir que este trabalho se realize nos diferentes municípios de forma organizada.
Em setembro passado, o Governo Provincial de Luanda (GPL) anunciou algumas medidas que restringiam a circulação dos mototaxistas nas principais vias da capital angolana, situação que, como frisou hoje Manuel Homem, “gerou alguma celeuma”, porque a comissão, “ao ouvir as preocupações das associações, das cooperativas, dos que investem no segmento”, não fez passar “de forma conveniente” a mensagem.
“Nós estamos a fazer um amplo programa de sensibilização, mas mais do que sensibilização estamos a fazer um programa de reajustamento da nossa atividade”, salientou Manuel Homem.
O governador de Luanda frisou que estão a ser criadas condições em relação à circulação em determinadas vias, reiterando que o programa “em nenhum momento visou dificultar a atividade de mototáxi”, um dos transportes mais populares entre os angolanos.
“A preocupação decorre da análise das estatísticas. As estatísticas de Luanda dizem-nos que no trânsito, neste primeiro semestre do ano, tivemos acima de 300 mortes nas estradas em Luanda e o nosso entendimento é que cada morte é uma preocupação”, adiantou o governante, lembrando que estes números são referentes às mortes nos locais dos acidentes e deixam de fora os feridos que podem acabar por morrer nos hospitais.
O governo provincial identificou alguns constrangimentos, segundo Manuel Homem, alguns dos quais são da responsabilidade do Governo, nomeadamente a melhoria de algumas vias, iluminação e sinalização.
Há também necessidade “de formar cada vez mais e melhor os mototaxistas”, muitos deles com “pouco conhecimento sobre as regras de trânsito”, disse Manuel Homem, anunciando a criação em todos os municípios de Luanda de salas de formação para a atividade de mototáxi.
“De forma imediata temos uma academia do empreendedor no Benfica, na autoestrada, e nesta academia já temos disponível o espaço e vamos coordenar com a Amotrang [associação do setor] para que possamos dar neste espaço o pontapé de saída para começarmos a formar os nossos mototaxistas de Luanda”, acrescentou, prometendo também melhorar a qualidade dos serviços a nível provincial e municipal do processo de licenciamento das motorizadas, reconhecendo “que há ainda alguma dificuldade”.
“Nós vamos dar início a um processo de atribuição de identificadores para as motorizadas que realizam a atividade de mototáxi, porque nós também sabemos que os amigos do alheio muitas vezes se fazem passar de mototaxistas”, acrescentou.