Abílio Kamalata Numa fez esta declaração recentemente à imprensa à margem do prosseguimento da II Reunião Ordinária da UNITA no Huambo, onde anunciou a saída do seu Partido às ruas em 2021, em caso da não convocatória e realização das eleições autárquicas nesse ano.
O Político evocou também a efectivação do novo registo eleitoral, e a necessidade de reformas à Lei Eleitoral.
“A UNITA ainda não convocou nenhuma manifestação, mas em relação à realização das eleições autárquicas, do registo de todos eleitores angolanos, a actualização do registo eleitoral, e a actualização da lei eleitoral e outros elementos que possam harmonizar o direito eleitoral em Angola, essa vai ser a batalha dos próximos tempos, e a UNITA vai entrar nisso com muita força”, disse o político.
De acordo com o também ex-deputado da UNITA, “Ou nós vamos fazer eleições autárquicas em 2021 ou então o MPLA vai nos ter na rua”.
“O poder autárquico foi institucionalizada desde 2010 que foi aprovada a actual Constituição de Angola. 2010 a 2020 são 10 anos, e fomos adiando mediante os interesses do MPLA que tem medo de perder o poder”, reforçou Numa, acusando o MPLA de não facilitar a implementação do poder autárquico em Angola.
Para Kamalata Numa, “O povo angolano também tem de saber, só vai normalizar a descentralização administrativa se lutar por ela, senão nem daqui há 15 anos fariam eleições autárquicas”.
O General na reforma revela que a situação social e o descontentamento dos angolanos chegaram a um ponto de não retorno.
“Depende do papel visionário que ele for a exercer daqui em diante. Se ele achar que é turbulento e vai pela força, saiba que o povo já não vai recuar mais. Eu venho a dizer isso já há bastante tempo, a UNITA vem alertando. Agora nós chegamos num ponto de não retorno. Isso já não volta”, continuou.
Abílio Kamalata Numa recordou que não há força capaz de fazer calar essa vontade que o povo sente de reconquistar novamente soberania.
“Olha a África do Sul tinha bomba atómica, mas o povo não teve medo, e houve mudanças, sim. Em Angola não há força capaz, nem aqueles que a exercem nem aqueles que mandam que se exerça essa força contra o povo, não há força capaz de fazer calar essa vontade que o povo sente, que o povo vai exercer de poder reconquistar novamente soberania”.
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