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Angola: Um ano sem “Reserva Estratégica Alimentar (REA)” num país com a taxa de inflação acima dos 31%

A Inflação em Angola continua a subir, situando-se actualmente em 31 por cento, mas o país prevalece sem uma Reserva Estratégica Alimentar (REA), o mecanismo anunciado pelo Governo como uma via para regular os preços da cesta básica.

Um ano após a confirmação do fim da parceria entre a Carrinho e a Gescesta na gestão da Reserva Alimentar, surgem questionamentos sobre o novo modelo defendido pela equipa económica do Executivo, que prevê a entrada do Entreposto Aduaneiro de Angola (EAA).

Há exactamente um ano, com a inflação em 20,1 por cento, segundo o Instituto Nacional de Estatística, o empresário Nelson Carrinho, administrador da Carrinho, confirmava a saída do seu grupo.

“O senhor ministro de Estado para coordenação económica falou publicamente ele alterou o modelo da Reserva Estratégica, essa alteração coincide com a cessação do contrato antes do tempo terminar”, disse o administrador.

Agora, como já fez saber o ministro da Indústria e Comércio, Rui de Oliveira, a gestão, ainda aberta a operadores privados, deverá ser confiada ao Entreposto Aduaneiro de Angola, uma empresa pública em reestruturação.

Trabalhadores consultados pela VOA dizem que não há sinais de vida na instituição, mormente em relação à importação ou armazenamentos de bens, assumindo que recebem salários sem qualquer actividade.

Não há sinais de Reserva Estratégica Alimentar (REA), mas o Governo angolano continua a garantir trabalho para a almejada regulação de preços.

António e Marcelino, dois munícipes de Benguela, ambos mototaxistas, realçam, a propósito do peso da cesta básica no custo de vida, que já não há paciência para tanto.

“Temos um Governo que fala mais e pouco faz, isso está duro, está mesmo mal”, salienta António Capitango, enquanto o colega acrescenta que “tudo o que se fala aí é teoria, já não tenho paciência”.

O economista e agente comunitário Abílio Sanjaia lembra que uma Reserva Estratégica Alimentar (REA) num contexto como este faz muita falta ao país e alerta para consequências.

“Se isto não acontecer acaba por prejudicar o consumidor final, estará a pagar a preços muito elevados e aqueles sem capacidade não adquirem mesmo. A Reserva Estratégica vai ao mercado, tendo outras valências, como armazenar e conservar, e garante equilíbrio no preço final”, resume o especialista.

Aquele economista ressalta que “tudo é feito de maneira a que o produtor não seja prejudicado, que continue a produzir, e também que o consumidor não pague muito caro, colocando em risco a sua segurança alimentar”.

A VOA solicitou esclarecimentos ao Ministério da Indústria e Comércio, mas não obteve respostas até à publicação deste artigo.

Antes, o ministro Rui de Oliveira tinha realçado que um novo modelo para a Reserva Estratégica Alimentar (REA) priorizaria a produção nacional, tendo explicado que não se podia gerir passivos não previstos nas contas públicas.

 

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