O Membro do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder em Angola, submeteu ao Tribunal Constitucional uma providência cautelar para a suspensão do líder desta organização política, João Lourenço.
Valdir Cónego, militante do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), manifestou ao partido em 2024 a intenção de se candidatar a presidente da formação política e da Presidência da República.
No documento em que solicitou, na quinta-feira, a suspensão de João Lourenço da liderança do partido, o militante argumenta que endereçou uma carta à secretaria geral do Comité Central do MPLA com conhecimento a todos os seus membros, como obrigam os estatutos, a pedir o agendamento de uma reunião extraordinária deste órgão “para a suspensão do presidente do MPLA”, mas 45 dias passados não obteve resposta.
“Vejo-me no direito de escrever para a veneranda juíza, Laurinda Cardoso, que dirige esta instituição de direito e que deu posse ao nosso líder do MPLA como Presidente da República de Angola, e sendo este tribunal que vela pelos partidos políticos no cumprimento e respeito dos seus estatutos e da Constituição da República, que autorize esta providência cautelar pelas razões que vão na carta em anexo a esta”, refere.
Segundo Valdir Cónego, “é notória a falta de capacidade e competência por parte do Presidente João Lourenço em gerir os destinos do país, causando impopularidade no seio do MPLA”.
O militante do MPLA sublinhou que “o país entrou no colapso social, onde a fome, a miséria e pobreza extrema assolam mais de 25 milhões de cidadãos angolanos”, destacando que entre 28 e 30 de julho passado, assistiu-se à “invasão do povo em lojas e armazéns públicos e privados na capital de Angola, Luanda, ato que se estendeu pelas províncias de Malanje, Huambo, Benguela e Huíla”, que teve a pronta intervenção das forças de segurança.
“A causa do vandalismo é a fome e os efeitos foram mais graves, resultando na morte de mais de 30 cidadãos angolanos, culpa de quem dirige a nossa nação Angola, no caso culpa do Presidente João Lourenço”.
De acordo com Valdir Cónego, o povo angolano “já não mais quer o Presidente João Lourenço” e os militantes do partido “clamam pela sua saída da liderança do partido por manchar o bom nome e reputação do MPLA nestes 50 anos, sendo o pior Presidente da história de Angola e da história do seio do MPLA”.
“Pelo que pedimos a retirada da sua confiança política no seio do MPLA, para que possamos ter múltiplas candidaturas, uma vez que o líder do partido não aceita e ainda intimida os pré-candidatos a presidência do MPLA plasmado nos nossos estatutos no artigo n.º 31 a alinha k)”, referiu.
Valdir Cónego augura que a providência cautelar “possa levar o Comité Central a suspender o presidente do partido” para a eleição de um novo “que esteja à altura de conduzir os destinos do partido até ao IX congresso ordinário de dezembro de 2026”.
“Devo exprimir como militante de que a saída do presidente João Lourenço será importante para que nos possamos reconciliar com o povo e ganhar as eleições de 2027, se o líder do MPLA continuar vamos perder as eleições de 2027 e correndo o risco de exterminar com o nosso glorioso MPLA”, argumentou, apelando a João Lourenço para que abandone a liderança do partido “com os seus próprios pés e com a sua própria consciência para o bem de todos os angolanos e para um futuro melhor do MPLA”.