Filomeno Viera Lopes eleito “presidente do Bloco Democrático (BD)” apesar da forte contestação interna no partido

“Só passou por ser candidato o único. São muitos os votos contra que recebemos e que continuamos a receber”, disse ao Novo Jornal uma fonte da comissão eleitoral independente.

O voto contra, segundo apurou o Novo Jornal no centro de contagem de votos, no município de Talatona, é sinal de descontentamento no seio dos militantes.

Nesta V Convenção Nacional do BD, só o secretário-geral, Muata Sebastião, foi eleito pelos delegados, ao passo que o presidente e o vice-presidente foram escolhidos directamente pelos militantes, uma inovação no cenário político angolano.

Por dificuldades no envio de dados das províncias para a capital do país, ainda não foi encontrado o vice-presidente do partido, cargo disputado entre os militantes Nelson Eduardo Guerra Pestana e Américo de Jesus Valentim Vaz.

Refira-se que depois da eleição do presidente e vice-presidente, a nova direcção do partido vai convocar uma reunião para decidir a sua posição na Frente Patriótica Unida.

Mas, por imperativo legal, o BD deve retirar-se da Frente Patriótica Unida (FPU) para poder concorrer às eleições gerais de 2027 de forma isolada, sob pena de ser extinto da política angolana.

O Bloco Democrático não participou oficialmente nas eleições de 2022, (só alguns dos seus membros entraram pela lista da UNITA) e no próximo pleito eleitoral de 2027 corre o risco de ser extinto se não voltar a constar no boletim de voto.

Refira-se que o Bloco Democrático (BD) surgiu em 2010, na sequência da extinta Frente Para a Democracia (FpD), ditada pela não realização dos mínimos requeridos por Lei 0,5% nas eleições de 2008.

Uma possibilidade, soube o Novo Jornal, para contornar os problemas resultantes da lei e da fraca expressão eleitoral deste partido é a sua evolução para um movimento social de forma a manter-se na FPU e contribuir na mesma com alguns dos seus dirigentes para as listas do partido do “Galo Negro”.