Angola e a República Democrática do Congo (RDCongo) vão contar com um comité técnico conjunto para a zona comum de exploração petrolífera, anunciou hoje o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás angolano, Diamantino Pedro Azevedo.
Segundo o governante angolano, esta foi uma das conclusões saídas da reunião com o seu homólogo da RDCongo, Rubens Mikindo, que analisou hoje, em Luanda, a situação da zona de interesse comum no domínio petrolífero.
“Concluímos, entre outros aspetos, a necessidade de estabelecermos um comité técnico conjunto, isso em relação à zona de exploração comum, e orientamos as nossas duas empresas estatais a Sonangol e a Sonahydro da RDCongo para que restabeleçam as conversações no âmbito da comercialização de derivados de petróleo e gás”, disse após a reunião Diamantino Pedro Azevedo.
O encontro de Luanda analisou a situação e o potencial petrolífero da zona de interesse comum, protocolos e contratos assinados entre os dois Estados e a comercialização de derivados de petróleo.
O ministro angolano deu conta que o encontro surgiu na sequência de um trabalho que se tem estado a realizar entre os dois países, recordando que também já se deslocou à RDCongo para esse fim.
“Desde então, temos vindo a trabalhar neste sentido e, recentemente, o senhor Presidente da RDCongo esteve em Angola e os nossos dois ministérios foram então orientados pelos respetivos Presidentes para darmos continuidade às negociações”, frisou.
Angola e a RDCongo partilham uma extensa fronteira terrestre, marítima e fluvial e nos últimos anos “cresce o contrabando de combustível” na zona comum, denunciadas constantemente pelas autoridades angolanas.
Questionado se o encontro de hoje vai travar o contrabando de combustível ao nível da fronteira comum, Diamantino Pedro Azevedo referiu que as conversações de hoje fazem parte de todo um processo que está em curso para que isso aconteça.
“De tal maneira que considero que é uma parte fundamental no âmbito deste processo de resolvermos essa situação”, notou.
Por seu lado, o ministro dos Hidrocarbonetos da RDCongo, Rubens Mikindo, valorizou o encontro, afirmando que as conversações de Luanda são sequência de discussões que começaram anteriormente em busca de pontos convergentes.
“Este encontro serve como continuação para podermos juntar os nossos dois Estados, abordamos questões que tem a ver com a avaliação, ou seja, o que já foi feito, o que está a ser feito e o que será feito”, disse em declarações aos jornalistas.
“Também fizemos questão da comercialização dos produtos derivados de petróleo entre as nossas duas empresas nacionais que são a Sonahydro e a Sonangol com vista a pôr fim ao contrabando”, apontou.
O ministro congolês assinalou ainda a importância do comité técnico conjunto para a zona comum, augurando que o mesmo trace um roteiro em torno do processo de exploração petrolífera na zona comum.
“Nesta zona de interesse comum é o que nos leva a reunir para que os nossos dois Estados possam resolver essa questão, de uma vez por todas, para que possamos trabalhar para o futuro das gerações vindouras”, concluiu.
Por Angola, participaram no encontro os presidentes da administração da Sonangol, da Agência Nacional de Petróleo e Gás e o diretor-geral do Instituto Regulador de Derivados de Petróleo.