O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou hoje 530 milhões de dólares para financiar a construção de uma linha de transmissão de 343 quilómetros de norte a sul de Angola para distribuir energia renovável
“O BAD reservou 530 milhões de dólares [444,5 milhões de euros] para financiar a construção de uma linha de transmissão de 400 Kv, em 343 quilómetros, que vai ligar as redes de transmissão do norte e sul e permitir a distribuição de energia limpa entre a duas regiões”, lê-se num comunicado enviado hoje à Lusa, que aponta poupanças acima de 130 milhões de dólares, cerca de 109 milhões de euros, nos subsídios ao diesel.
No documento, esta instituição financeira multilateral explica que “o norte de Angola tem um excedente de mais de mil megawatts principalmente de energia renovável, enquanto o sul está dependente de geradoras a diesel muito caros, apoiados por subsídios do Governo”.
Este projeto, acrescenta-se no comunicado, “vai aumentar a capacidade de transmissão em 2.250 megawatts e eliminar a necessidade de geradores poluentes e alimentados a diesel nas províncias do sul” e, quando estiver operacional a partir de 2023, “vai evitar o consumo de 26,8 mil milhões de litros de diesel por ano no sul, reduzindo as emissões de dióxido de carbono em 80 megatoneladas e permitindo ao Governo de Angola poupar mais de 130 milhões de dólares por ano em subsídios de diesel”.
O pacote financeiro para este projeto, aprovado em dezembro de 2019 pelo conselho de administração do BAD, consiste em 480 milhões de dólares, 402,5 milhões de euros, de financiamento do banco, juntamente com 50 milhões de dólares (41,9 milhões de euros) do fundo ‘Africa Growing Together’, um instrumento financeiro de 2 mil milhões de dólares (1,67 mil milhões de euros) patrocinado pelo Banco Popular da China e administrado pela organização, aponta-se no comunicado.
Esta iniciativa vai permitir ainda ligar 400 mil novos clientes à rede de distribuição elétrica, passando a ser efetivamente medidos através da instalação de 860 mil postos pré-pagos, e será a espinha dorsal da distribuição de energia para as províncias do sul de Angola e da Namíbia.
“Angola melhorou significativamente a capacidade, eficiência operacional e sustentabilidade do setor elétrico; no período entre 2015 e 2019, a capacidade total instalada de energias renováveis aumentou de 1.017 megawatts para 2,763 megawatts, principalmente através da melhoria da exploração da abundante energia hídrica no país”, conclui-se no comunicado.