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África: Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vai privilegiar “financiamento do setor privado” em Angola

O representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Angola disse hoje que o objetivo da instituição é aumentar o financiamento ao setor privado, para relançar a economia, e abrandar os empréstimos ao governo

“O objetivo do BAD nos próximos anos é apostar no financiamento a entidades não soberanas, ou seja, o setor privado, e reduzir os empréstimos soberanos”, disse Pietro Toigo, durante o Seminário Virtual sobre Oportunidades de Negócio, que decorreu ‘online’ a partir de Abidjan, a sede do banco multilateral.

O representante residente do BAD em Luanda deu conta que a carteira de investimentos do banco em Angola é de cerca de 1,2 mil milhões de dólares (1,035 mil milhões de euros), divididos em 13 projetos, quase metade relativos ao setor da Agricultura, havendo mais projetos em preparação, no valor de 2,5 mil milhões de dólares (2,156 mil milhões de euros).

“Queremos aumentar a nossa exposição ao banco, mas estamos a trabalhar para explorarmos as soluções de financiamento não soberano para potenciar o apoio ao investimento privado”, afirmou o diretor do Gabinete de Estudos e Relações Internacionais das Finanças de Angola, Patrício Neto.

“Angola tem estado a implementar muitas reformas políticas em vários domínios, algumas que estão voltadas para restaurar a estabilidade macroeconómica, e outras para que a economia funcione melhor, tendo impacto a médio e longo prazo”, vincou o responsável.

Também presente no debate, o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, destacou que a recessão económica dos últimos cinco anos tem dificultado a vida das populações.

“A crise económica tem cinco anos e foi agravada com a pandemia de covid-19, que acabou por retroceder todo o progresso que tínhamos feito na inflação, que voltou para cerca de 25%, o que agrava extraordinariamente as condições de vida da população, que tem uma capacidade muito reduzida de resiliência e problemas agudos de nutrição, particularmente, no sul, que preocupam o Governo e a sociedade civil”, declarou o industrial.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou a previsão de crescimento para Angola, antecipando agora uma recessão de 0,7%, a sexta queda anual consecutiva da riqueza do país, que deverá crescer 2,4% em 2022.

De acordo com as Previsões Económicas Mundiais, divulgadas esta semana no âmbito dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana vai registar o sexto ano consecutivo de recessão.

Angola tem enfrentado crescimentos negativos do Produto Interno Bruto desde 2016, na sequência da descida dos preços do petróleo, que afetou a receita do Estado, e do abrandamento da produção de petróleo devido à falta de investimento e ao declínio natural das reservas.

 

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