Arte, Cultura e Património como instrumentos da África que os africanos querem, são o pretexto para a capital angolana receber, entre 27 e 30 deste mês, a segunda edição da Bienal de Luanda
Resultado de uma parceria entre União Africana (UA), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) e Governo de Angola, a Bienal de Luanda 2021 pretende “promover a contribuição das artes, da cultura e do património para uma paz duradoura”.
O envolvimento dos jovens como “atores de transformação social para a prevenção de conflitos”, África e as suas diásporas face aos conflitos, crises e desigualdades e explorar o potencial dos oceanos para o desenvolvimento sustentável e a paz, completam os objetivos da Bienal, segundo a nota de imprensa da Coordenação do Comité Nacional de Gestão do evento.
As contingências ditadas pela pandemia de covid-19 obrigam a que a Bienal decorra de forma híbrida: presencial e virtual.
Nesse sentido, foi desenvolvida uma plataforma tecnológica que permitirá a transmissão em tempo real, tanto de Luanda para fora, como de outros países africanos que partilharão também os eventos realizados localmente, com tradução simultânea nas três línguas de trabalho definidas: português, inglês e francês e, no caso angolano, para a imprensa do país, nas línguas nacionais.
Sob o tema central “Arte, Cultura, Património: Alavancas para a África que Queremos”, a Bienal terá “espaços de reflexão, de exposição e de difusão de criações artísticas, boas práticas, ideias e saberes relacionados com a cultura de paz”, conforme a nota de imprensa.
Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União Africana, numa declaração a propósito do evento, destacou a importância de nesta segunda edição da Bienal “se estender o evento a outros importantes atores da paz em prol de maior coesão e eficiência”.
O presidente da Comissão da UA sublinhou também, “a forte mobilização e participação da diáspora africana, formalizada com o seu registo na Aliança de Parceiros da Bienal”.
Também numa declaração alusiva ao evento, Firmim Edouard Matoko, adjunto da diretora-geral da UNESCO para África e as Relações Externas, considerou que a Bienal de Luanda constitui uma oportunidade para a prevenção da violência e conflitos e a consolidação da paz em prol de um desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Nesse sentido, Edouard Matoko disse acreditar que a Bienal vai ao encontro dos objetivos da Estratégia Operacional para a Prioridade África da UNESCO, para o período 2014-2021, que identifica a “construção de África na criação de sociedades inclusivas, pacificas e resilientes”.
Carolina Cerqueira, ministra de Estado para a Área Social de Angola, defendeu na sua declaração que a Bienal, ao dirigir-se aos jovens, “afirma-se como um espaço para o diálogo intergeracional assente na diversidade cultural”.
“A Bienal de Luanda afigura-se como uma plataforma global de compreensão em prol da solidariedade, cooperação e tolerância intergeracional em África e na sua diáspora”, afirmou.
O programa da Bienal assenta em três eixos: Diálogo Intergeracional entre Líderes e Jovens; Festival de Culturas e Lançamento da Aliança de Parceiros por uma Cultura de Paz.
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, tem prevista uma deslocação a Luanda para participar na Bienal de Luanda.