O secretário Executivo da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), Gilberto Veríssimo, considerou, quinta-feira, “preocupante” a situação de segurança no Tchad, agravada com a morte do Presidente Idriss Déby Itno, em Abril último.
O diplomata angolano fez este pronunciamento a propósito da reunião de Cúpula desta organização regional, agendada para esta sexta-feira, em Brazzaville, República do Congo, e que contará com a presença do Chefe de Estado angolano, João Lourenço.
Disse que a insegurança deve-se ao facto de existir uma série de movimentos rebeldes e por o Tchad partilhar fronteira com países com alguma instabilidade, como a Líbia, o Sudão, o Sudão do Sul e o Níger, assim como o Lago Tchad, onde há uma forte acção terrorista.
Associada a estas situações, acrescentou, está o facto de os militares, ao chegarem ao poder, suspenderem a Constituição e criarem uma Carta, prometendo uma transição em 18 meses renováveis, com o envolvimento das forças vivas daquele país.
Gilberto Veríssimo afirmou que a CEEAC vai acompanhar a transição dentro dos prazos estabelecidos.
Considerou desnecessário o envio de militares para o Tchad, argumentando que o ambiente é fundamentalmente político e, “uma vez resolvido, resolve-se também a questão da segurança”.
De acordo com o responsável, foi já realizada, em Brazzaville, no quadro da preparação da Cimeira dos Chefes de Estado, uma reunião dos Comandantes das Forças Armadas e Polícias da CEEAC, a que se segue o encontro de ministros.
Integram a comitiva angolana os ministros das Relações Exteriores, Teté António, e do Interior, Eugénio Laborinho, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, general de exército Egídio Santos, e o Comandante-Geral da Polícia Nacional, comissário-geral Paulo de Almeida.
Apesar do compromisso para alcançar a união aduaneira e uma zona de livre comércio, a região é assolada por alguma instabilidade política que condiciona a consolidação da paz e a segurança.
Os países mais afectados continuam a ser as repúblicas Democrática do Congo (RDC), Centro Africana (RCA) e, mais recentemente, o Tchad.
A situação no Tchad agudizou-se no final de Abril, na sequência da morte do Presidente reeleito Idriss Déby Itno, que não resistiu aos ferimentos contraídos em combate contra as forças opositoras armadas, no Norte do país.
Idriss Déby Itno morreu um dia depois de ter sido declarado vencedor das eleições presidenciais de 11 de Abril.
Devido à esta situação, um Conselho Militar de Transição assumiu a gestão dos assuntos do país e, 2 de Maio criou um governo de transição que deverá conduzir o país até à realização de novas eleições.
A CEEAC conta com 11 países, nomeadamente, Angola, Burundi, Camarões, Centro-Africana, Congo, Democrática do Congo, Gabão, Guiné Equatorial, Ruanda, São Tomé e Príncipe e o Tchad.
Consta dos propósitos da organização cooperar para a promoção do desenvolvimento industrial na África Central, bem como no intercâmbio nos domínios dos transportes e comunicações, na união dos bancos comerciais e na criação de um fundo de desenvolvimento.