O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, informou esta quarta-feira, em Luanda, que o país conta com reservas internacionais líquidas na ordem de 14,7 mil milhões de dólares americanos (USD), que cobrem 11 meses de importações.
José de Lima Massano relevou os dados na Assembleia Nacional, no quadro da aprovação hoje da Conta Geral do Estado (CGE) do exercício fiscal de 2019.
Segundo o governador, o exercício fiscal de 2019 foi positivo porque houve um crescimento das reservas internacionais líquidas, “algo que não acontecia desde o ano de 2013”.
Indicou que, o ano fiscal em apreço registou, igualmente, um saldo positivo na balança de pagamentos, “algo que o país não experimentava também a longos exercícios fiscais”.
Informou que, no período em análise, o BNA retirou licenças a três instituições bancárias.
Consolidação fiscal
O ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, destacou, na ocasião, a importância da consolidação fiscal para o crescimento do país.
Disse que o objectivo do Executivo é sair da recessão em que o país se encontra e continuar a ter um crescimento económico, para criar empregos e rendimentos para as famílias.
Segundo o governante, desde 2018, Angola passou a ter receitas correntes superiores às despesas fiscais correntes.
Em 2018, as despesas correntes foram de 3,9 biliões de kwanzas, enquanto as receitas correntes atingiram os 5,6 biliões de kwanzas.
Já em 2019, as despesas correntes foram de cinco biliões de kwanzas, enquanto as receitas correntes cifraram-se em 6,6 biliões de kwanzas.
Em consequência, disse que o stock da dívida em termos reais, isto é, em termos de dólares americanos (USD), a dívida pública que era de 79,9 mil milhões de dólares em 2017, passou para 71 mil milhões de USD em 2019.
Aumento de postos de trabalho
O ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos, assinalou que o aumento de empregos é uma das principais preocupações do Executivo.
Notou que em 2019 a taxa de desemprego no país estava situada em 31,1 por cento.
“Estamos a falar de cerca de cinco milhões de angolanos desempregados e a realidade, ainda, não mudou muito”, observou.
Segundo o ministro, numa população economicamente activa de 15 milhões, um terço não tem emprego, o que pressupõe o aumento da produção nacional para gerar novos empregos.
Em 2018, recordou, foram criadas 20 mil vagas para professores, 9.120 vagas para médicos. Em 2019, houve 10 mil vagas para professores e sete mil para médicos.
No âmbito do aumento da produção nacional, indicou, nos últimos dois anos mais de duzentas cooperativas tiveram acesso a financiamento, na ordem dos 700 mil milhões de kwanzas.