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África do Sul: Linhas Aéreas de Angola (TAAG) “reduz” voos e revolta passageiros em Cabinda

As Linhas Aéreas de Angola prometem aumentar o número de voos para Cabinda, após pressão do povo e de deputados. A companhia reduziu recentemente o número de viagens para a província, o que tem dificultado a deslocação.

Viajar de Cabinda a Luanda tornou-se um pesadelo para a população da região mais ao norte de Angola. A dificuldade se deve à redução significativa de serviços da TAAG – Linhas Aéreas de Angola.

O passageiro António Futi, por exemplo, não encontrou bilhetes para Luanda para os próximos três meses.

Futi ressalta que as passagens estão a escassear devido à demanda elevada, que a estatal angolana parece não ter capacidade para atender. “A situação está fora de controlo. Não há passagens para o mês de agosto  e mesmo para setembro. Só restam a partir dos dias vinte em diante”, lamenta.

Atualmente a passagem de Cabinda a Luanda custa 27 mil kwanzas, o equivalente a 35 euros . A TAAG oferece dois horários de voos de Cabinda para Luanda nas terças, quintas e sábados, com duas aeronaves de pequeno e grande porte. Segundas, quartas e sextas-feiras, a empresa disponibiliza voo em apenas um horário.

Onde estão os catamarãs?

O deputado independente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA),  Raúl Tati, considera a situação constrangedora para a população do enclave. O político da oposição reclama que há dificuldades cridas por funcionários da empresa aérea para o embarque dos passageiros.

“Depois do desespero, a pessoa é obrigada a tirar dinheiro se tiver de tratar assuntos emergenciais em Luanda. Hoje, quem quiser viajar deve fazer uma reserva de pelo menos dois meses. Isto é aberrante”, opina.

Para Tati, é imperioso que se ligue Cabinda às outras províncias usando a via marítima – que deveria entrar em atividade em 2014, gerida pela extinta TMA Express. Mas agora, segundo ele, os efeitos do projeto não se fazem sentir. “Os catamarãs fabricados em Singapura estão em Luanda a apodrecer. As obras do quebra-mar e do terminal marítimo andam a meio-gás, provavelmente parados”, supõe.

Escândalo em investigação  

Além de enfrentar longas filas para conseguir um bilhete e ter de aguardar ainda dois ou três meses para a viagem, ninguém pode deslocar de uma província a outra nesse tempo de pandemia sem ser testado.

Não há, entretanto, testes para a deteção do coronavírus há quase três meses no aeroporto de Cabinda. Os passageiros têm sido obrigados a pagar por testes em clínicas privadas para obedecer as regras. Geralmente desembolsa-se entre 20 mil e 26 mil kwanzas – algo em torno de 26 e 34 euros. Os testes deveriam ser disponibilizados no aeroporto a preços quatro vezes mais baratos.

Recentemente parlamentares denunciaram na Assembleia Nacional um alegado esquema de corrupção na empresa aérea estatal, no qual trabalhadores estariam a cobrar o equivalente a 40 e 65 euros, para que passageiros não esperassem muito tempo para viajar.

A TAAG emitiu um comunicado a informar que seu Conselho de Administração criou uma comissão de investigação para apurar a denúncia.

 

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