Milhões de pessoas no sul de Angola estão em risco de morrer por causa da seca. A situação é agravada pelas mudanças climáticas que continuam a devastar a região, disse hoje Amnistia Internacional.
A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional destacou esta quinta-feira (22.07) que a criação de gado em larga escala, em dimensões comerciais, expulsou as comunidades pastoris das suas terras desde o final da guerra civil em 2002 – uma mudança que desencadeou uma grande crise alimentar e pavimentou o caminho para uma crise humanitária.
A seca aguda persiste há mais de três anos. À medida que a comida e a água se tornam cada vez mais escassos, milhares de pessoas fogem das suas casas e buscaram refúgio em vizinha Namíbia.
“Esta seca – a pior em 40 anos – atingiu comunidades tradicionais que têm lutado para sobreviver desde que foram despojados de vastas áreas de pastagem terra”, afirma Deprose Muchena, Diretor da Amnistia Internacional para as regiões austral e sul de África.
Muchena defende ainda que “o Governo angolano deve assumir a responsabilidade pelo seu próprio papel nesta situação terrível, garantir reparações às comunidades afetadas e tomar medidas imediatas para enfrentar a insegurança alimentar nas áreas rurais das províncias do Cunene e Huíla”.
As mundanças climáticas estão a causar sofrimento e mortes, lembra a ONG.