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África do Sul: UNITA e Igreja Católica “preocupadas” com falta de transparência nas eleições em Angola

A cerca de um ano do pleito eleitoral de 2022 em Angola, aumenta o clima de desconfiança aos órgãos que dirigem as eleições. Neste sábado (18.09), a UNITA organizou uma marcha em Menongue para exigir mais transparência.

“O tempo do MPLA acabou”, “o povo não come promessas!” e “Angola é de todos os angolanos”, foram algumas das frases dos manifestantes durante uma marcha organizada pela UNITA ontem (18.09), que exigiu mais transparência no processo eleitoral do país.

À DW África, Francisco Gaio Kakoma, secretário-provincial da UNITA no Cuando Cubango, afirmou que não se realizam eleições livres no país, por isso seu partido saiu à rua. Exige da Comissão Nacional Eleitoral justiça na contagem dos votos e apela aos cidadãos para aderirem aos registos eleitorais.

“[…] Precisamos informar as populações do Cuando Cubango […], [é preciso] exigir da CNE o credenciamento dos nossos delegados de listas. Que divulguem ou publiquem os cadernos eleitorais antes da data marcada para o dia do voto. Queremos o apuramento de eleições livres, justas e transparentes”, disse.

“UNITA está mais preparada”

Segundo Kakoma, a UNITA está mais preparada para alcançar este poder já em 2022 “com o engenheiro Adalberto Costa Júnior, a testa da coluna”, afirmou.

O secretário-provincial do Galo Negro agradeceu a presença dos muitos cidadãos e enalteceu o trabalho da população. “Tudo começou aqui, e daqui vamos lançar a vitória em 2022. Eu agradeço aos cidadãos da província do Cuando Cubango e particularnente os residentes no município sede de Menongue”.

“Nós só temos que agradecer à Policia Nacional, pois até agora não tivemos incidentes”, disse o membro do maior partido da oposição em Angola, dirigindo-se aos polícias. “A polícia fez o seu papel e vamos contar com eles, porque o seu voto também é importante para a UNITA”, acrescentou.

Redução dos observadores eleitorais

À radio eclésia de Benguela, o secretário-geral da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (CEAST), o Padre Celestino Epalanga, não entende as razões da redução de observadores nacionais da comissão que dirigiu, em 2017. Para as eleições, viu serem cadastrados mais de 18 observadores para os 164 municípios do país.

Ele espera mais observadores nas próximas eleições para garantir a transparência do processo eleitoral.

“Já não estamos na Comissão Nacional Eleitoral, agora querem outra vez reduzir-nos neste espaço? Em 2017, eu participei na observação […] Deram-nos algo entre 18 ou 20 observadores para todo o país – não é possível”, disse.

“Nós estamos em todo o território nacional, estamos em todas as dioceses. Gostaríamos de seguir o exemplo a comissão de justiça e paz do Congo, que tinha 40 mil observadores”.

O sacerdote alega que não há transparência nas eleições em Angola, apelando ao cumprimento da carta africana sobre a composição nacional eleitoral.

“Angola é signatária desta carta africana e o artigo 17º é claro em relação à constituição da Comissão Nacional Eleitoral, que tem de ser independente e imparcial”, concluiu.

 

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