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África: Morreu Frederik Willem de Klerk, “Último Presidente da África do Sul” nos tempos do apartheid

Morreu Frederik Willem de Klerk, antigo Presidente da África do Sul. Foi o último Presidente sul-africano do tempo do apartheid.

Presidente do país entre 1989 e 1994 recebeu o Nobel por sua participação no fim do apartheid, soltou Mandela e também foi seu vice-presidente entre 1994 e 1996.

Frederik Willem de Klerk, ex-presidente da África do Sul que ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1993 junto com Nelson Mandela, por sua participação no fim do apartheid, morreu nesta quinta-feira (11) aos 85 anos.

A Fundação FW de Klerk disse em um comunicado que o ex-presidente morreu na Cidade do Cabo, “em sua casa em Fresnaye, no início desta manhã, após sua luta contra o câncer de mesotelioma”.

Último presidente branco da África do Sul, o político governou o país entre 1989 e 1994 e foi o responsável por libertar Mandela e outros prisioneiros políticos.

FW de Klerk ganhou o Nobel da Paz junto com Mandela e também foi seu vice-presidente entre 1994 e 1996.

Mandela sucedeu FW de Klerk e foi o primeiro presidente negro do país, nas primeiras eleições multirraciais da África do Sul.

O apartheid

O apartheid foi uma política de segregação racial do estado que vigorou entre 1948 a 1993 na África do Sul (apartheid significa “separação” na língua africâner, que é derivada do holandês).

Durante os mais de 40 anos de apartheid, imperava no país uma política segregação dos cidadãos segundo a cor de sua pele — em que a minoria branca dominou a maioria negra.

Colonizada por holandeses e britânicos, a África do Sul se tornou um país independente em 1910, mas conviveu com ações de dominação dos nativos negros desde a chegada dos primeiros europeus, no fim do século XV.

Com a vitória do Partido Nacional nas eleições legislativas em 1948, a segregação racial se tornou um política oficial de estado. O governo passou a registrar cidadãos segundo a raça e a proibir os casamentos mistos.

“O governo também confiscou propriedades de negros e obrigou milhares de pessoas a se mudar para áreas reservadas por etnia. Placas determinavam as áreas para brancos e as áreas para negros — que deveriam, obrigatoriamente, carregar uma caderneta com informações pessoais”.

A cor da pele passou a definir se a pessoa poderia votar, onde iria estudar, morar, trabalhar e a receber tratamento médico, diferenciando lugares e posições de brancos e negros na sociedade.

Eleito presidente em 1989, FW de Klerk iniciou as mudanças que acabaram com o apartheid no país.

“Ele tirou da ilegalidade o Congresso Nacional Africano (CNA), movimento político de Mandela que havia sido banido em 1960, e soltou o político e outras lideranças que estavam presas”.

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