O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, transmitiu, esta sexta-feira, uma mensagem do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, ao presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahmat.
A missiva, transmitida durante uma audiência concedida por Moussa Faki Mahmat a Téte António, em Addis Abeba (Etiópia), aborda a situação na Região dos Grandes Lagos, particularmente na República Centro-Africana (RCA), refere uma nota da Representação Permanente de Angola Junto da União Africana (UA).
Durante o encontro, o chefe da diplomacia angolana informou detalhadamente ao dirigente continental as diligências de Angola, enquanto presidente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), tendentes à pacificação da RCA.
Reiterou igualmente a pretensão de Angola de aumentar o número de quadros angolanos na União Africana, considerando-se sub-representada, apesar de ser um dos seis maiores contribuintes do orçamento estatutário da organização.
O incremento de quadros angolanos nas organizações internacionais e regionais constitui uma das prioridades da política externa de Angola e está em sintonia com o novo sistema de quotas da UA, que permitiu ao país transitar das anteriores 39 vagas para 74.
A situação na RCA e o reforço de quadros nas diversas estruturas da UA dominaram igualmente uma audiência que o ministro concedeu ao comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança, Bankole Adeyoe.
O comissário elogiou os esforços desenvolvidos por Angola na busca da estabilidade na Região dos Grandes Lagos, em particular, na RCA, assegurando que vai trabalhar estreitamente com as autoridades angolanas, e prestar todo o auxílio à sua presidência da CIRGL.
Garantiu ainda que vai prestar máxima colaboração para o ingresso de quadros angolanos, particularmente no departamento que dirige, adstrito à Comissão da União Africana.
Bankole Adeyoe mostrou-se receptivo a um apelo do chefe da diplomacia angolana para que o Departamento para os Assuntos Políticos Paz e Segurança tenha um papel activo no II Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz em África – Bienal de Luanda, que Angola vai albergar de 4 a 8 de Outubro deste ano, em parceria com a Unesco e UA.
Outros temas relacionados com a Segurança Marítima, particularmente no Golfo da Guiné e genericamente no continente, assim como o combate ao terrorismo, foram igualmente discutidos no encontro.
O ministro, que efectuou uma escala de algumas horas na capital etíope, proveniente de Lisboa (Portugal), esteve acompanhado nos encontros pelo director para África, Médio Oriente e Organizações Regionais, Miguel Domingos Bembe, e pelo representante permanente de Angola junto da UA e da Comissão Económica das Nações Unidas para África, Francisco José da Cruz, também embaixador de Angola na Etiópia.
De realçar que durante a 33ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da UA, ocorrida em Fevereiro de 2020, em Addis Abeba, o Presidente de Angola, João Lourenço, apresentou uma proposta para a realização de uma Cimeira Extraordinária, a fim de abordar a problemática do terrorismo em África.
A sugestão mereceu uma Decisão da Assembleia, orientando a organização do referido evento extraordinário em data e local por definir, face ao aumento e alastramento do terrorismo e extremismo violento, nomeadamente na Região do Sahel, no Lago Tchad e no Norte de Moçambique.