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Anatomia ontológica de JES – origem da frase – “um bom patriota”

Ao abrir a presente secção que narra a “Anatomia ontológica de José Eduardo dos Santos”, eis – nos à recordar a missiva advinda de uma escondida data, cuja acepção visa endereçar a génese central da frase “o bom patriota”, situada numa entrevista à quando do périplo diplomática à Israel, em Julho de 2013, realizado pela Sua Excelência Sr Ex – PR José Eduardo dos Santos, nesta índole, o sujeito ex – Presidente caiu às mãos da entrevista atrevida de um correspondente da SIC em Israel, Henrique Cymerman, que não o deixou passar sem que lhe cedesse as vozes de memorável frase: Como gostaria de ser recordado na História? Como um “bom patriota”, respondeu a pessoa do Excelentíssimo Sr ex – Pr José Eduardo dos Santos.

Da década de 80 em diante, o mundo volta a experimentar novas transformações. Avanços na Medicina, o desenvolvimento de novos conhecimentos na área da Educação e principalmente a criação da via eletrônica como meio de comunicação em tempo real, com qualquer parte do mundo, vieram determinar novas transformações sociais. Por um lado, maior sofisticação técnico-científica, permitia a manutenção da vida e o maior desenvolvimento de pessoas que, em épocas anteriores, não podiam sobreviver. Por outro lado, a quebra da barreira geográfica, na comunicação e no intercâmbio de ideias e de transações, plantava as sementes da “aldeia global”, que rapidamente foram germinar e definir novos rumos nas relações entre países e sociedades diferentes. Nexte contexto, em Angola a coisa estava muito longe de ser efectiva, o País mergulhado num clima de tragédias insanas não se poderia posicionar rumo ao desenvolvimento de que o mundo era refém, todavia, Eduardo dos Santos enfrentava a pior tragédia que assolava África Austral na altura: “a Guerra Fria”.

Por essa grande preocupação de carácter angolano, africano, porque se não mesmo, mundial, José Eduardo dos Santos representa um património cultural para a humanidade, por ter permitido que a paz regional na África Austral fosse possível de jure e de facto. Neste âmbito, a radiografia da história do Excelentíssimo Sr ex – Pr Eng. José Eduardo dos Santos deve ser transmitida para as gerações vindouras, para que no tempo e no espaço, não se tenha de perder o que temos de bom contributo para o enriquecimento da alma cultural e histórica da nação, como contribuição de calibre inegável ao enriquecimento do património cultural e histórico da humanidade. Ao nos referirmos à anatomia sociocultural e histórica nos remetemos à uma esfera biopsicossocial do sujeito à ser abordado, pois, a esfera biopsicossocial constituí um ingrediente fundamental na construção da identidade e do carácter do sujeito, é porém, imperativo parafrasear, o biólogo, psicólogo, e epistemólogo Suíço Jean William Fritz Piaget, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX (1896 – 1980) “[…] o ser humano é um ser biopsicossocial. Isso significa que existem influências biológicas, psicológicas e sociais para a formação do homem. E isso ocorre desde seu primeiro contacto com o mundo externo. Os factores psicológicos (estado de humor, de personalidade, de comportamento, etc) e factores sociais (culturais, familiares, socioeconômicos, médicos) são fundamentais para a construção de um homem, bem como a sua identidade cultural e antropológica. O homem é um ser constituído por três dinâmicas básicas:

a) biológica,
b) psicológica e,
c) sociológica.

Todavia, essa dinâmica está envolvida por algumas necessidades básicas que vão desde a alimentação até a realização de desejos, frutos de estímulos psicológicos ou sociológicos; que nos constitui como sujeitos complexos, componentes de outros sistemas também complexos, por serem formados basicamente por outros seres humanos. Os indivíduos evoluem constantemente e têm um ciclo de vida curto, de modo que as sociedades não são estáticas e se renovam constantemente com novas pessoas, novas ideias, novas necessidade e novos processos de construção, individual e colectivo. Para marcarem uma concepção de identidade, não como substância que se mantém ao longo da existência, imutável e idêntica a si mesma, que separa e aprisiona o indivíduo na sua interioridade, mas como processo de construção de um modo de ser e estar no devir do confronto entre igualdade e diferença, que nega o individualismo, abrindo sujeito ao coletivo. As possibilidades sociais, o que é ou não válido, em uma sociedade ou contexto social, ou ainda o que é ou não possível em determinado contexto tecnológico, científico, ou religioso, fazem com que as instituições fundamentam as dinâmicas das questões éticas e moral das sociedades humanas; um exemplo claro é a história da inclusão. A sociedade, em todas as culturas, atravessou diversas fases no que se refere às práticas sociais. Ela começou a praticar a exclusão social de pessoas que – por causa das condições atípicas – não lhe pareciam pertencer à maioria da população.

Tendo a trajectória do Eng. José Eduardo dos Santos um papel capital no processo de aprendizagem da história de Angola, assumindo o seu papel patriótico como um legado mergulhado num heroísmo inevitável, que venha inocular nas novas gerações novos desafios para o futuro, através da força de seus exemplos históricos advindos dos feitos inéditos que deram cor a geografia nítida de seu passado histórico contextualizado na aprendizagem (situated learning), significativa e, consequentemente, duradoura.

Abordar – se – á, a anatomia sociocultural e histórica de José Eduardo dos santos, tratando – se de colocar em papel o seu quadro etimológico, marcado pela sua geografia natal, sua acepção genética, assim como sua figura acadêmica no passado, passamos ainda por exprimir aqui, a sua conjuntura política, ideológica e histórica que construíram o alicerce para o ser de José Eduardo dos Santos como um bom patriota.

O tão valioso feito angolano de carácter histórico, antropológico, político, social e humanista, que faz relevância aos factos mediante os quais a história que marcou a caminhada da personagem heróica de José Eduardo dos Santos seja um fenómeno de consulta inevitável para o enriquecimento da grandeza histórica da nação angolana e de África também, não nos aparecerá agradável à guisa da vontade de todos, como facto de necessidade imperiosa no cultivo de um novo horizonte social e humano para a Nação à dimensão do ansiado pelo público, se antes não fizermos como dever de causa impreterível, os caminhos espinhosos pelos quais Angola se fez obrigada à trilhar para que os homens, vivos ou mortos se transformassem hoje em heróis na terra pela qual lutaram e morreram. O José Eduardo dos Santos é o combustível de carácter essencial, através do qual, a Angola ganha contornos nítidos na geografia política africana que afigura o quadro histórico do seu passado, revelado como um dever de causa e missão obrigatória para os anseios de todos os angolanos de origem, raça, tribo, folclore, região, religião, cultura, língua, tradição, […].

Sem que, nos seja transmitida a consciência que fez da história [48] uma memória do passado a ser contada no presente ou no futuro, nunca nos teríamos encontrados. A grandeza da frase – quem somos? Emerge no terreno de memórias históricas partilhadas. “Por isso, o sentimento de identidade – entendida no sentido de imagem de si, para si e para os outros – aparece associado à consciência histórica, forma de nos sentirmos em outros que nos são próximos, outros que antecipam a nossa existência que, por sua vez, antecipará a de outros. Ao assegurar um sentimento de continuidade no tempo e na memória a consciência histórica contribui, deste modo, para a afirmação da identidade – individual e colectiva”.

Se no plano objectivo o papel de Eduardo dos Santos foi crucial na satisfação dos interesses plasmados na Pátria angolana, no plano subjectivo imperou o concretizar das aspirações do ecossistema angolano, implicando dizer que José Eduardo dos Santos foi durante muitos anos o factor condition sine qua non para a realização do País nas variadas alçadas nacionais. Apesar do ente angolano ser vítima de um período arruaceiro e perdido entre balas e canhões, Eduardo dos Santos foi o termo de totalidade fundamental no que concerne o ultrapassar das circunstâncias aqui sofridas e vividas na pele e na carne de todos os angolanos.

O País viu – se contudo de algum modo resgatado pela intervenção de José Eduardo dos Santos, nas questões sérias e complexas que ditavam o passado, e pela recuperação de uma política tímida que faz do discurso de factos que não têm exemplos práticos. Dos Santos faz exemplo de virtude para a radiografia de sua trajectória histórica que passa para os angolanos de hoje e do futuro, enquanto nacionalista, patriota e humanista, tal como fez presente Cunha na sua obra, “(…) as virtudes são multiplas, como sabemos; exemplos de virtudes morais serão a lealdade, a honra, a benignidade, a hombridade, a laboriosidade, a perseverança, e muitas mais, nem sempre apercebidas, virtudes de um grande valor é até a gentileza da alma”.

A personagem dos Santos nos entrosa ao tabuleiro de uma figura heróica que enfrentou épocas impossíveis, pelas quais o País foi forçado a viver, através dessa organização de índole política, a figura dos Santos, se revela num marco incontornável na descrição dos factos históricos que expressaram o curso natural das coisas à luz do ocorrido no transacto do País.

O facto é que o Excelentíssimo Senhor Eng. José Eduardo dos Santos carrega diferentes linhas de interpretações históricas, territoriais e sociais, uma figura no campo do patriotismo, do humanismo e do nacionalismo angolano, que tem papel importante nas representações do espaço dinâmico que ditaram a transfiguração de Angola numa Nação em movimento e em grandes mudanças no plano do progresso. Homem de sentimento de luta, coragem e firmeza em prol da pátria, sempre esteve elevado aos mais altos valores que respeitam a defesa dos interesses da Nação angolana. Seu nome tem missão obrigatória de engendrar aos anéis da história sobre sucessões de gerações, homem de reconhecido engajo. Foi através de sua alta entrega que fez de África Austral um território em paz, facto este marcado, pelo fim do Apartheid que, ditava um regime cujo teor visava a segregação racial na Namíbia e na África do Sul. José Eduardo dos Santos se constitui numa marca cuja chama continuará acesa sobre sucessões de gerações. Seus feitos dão testemunho a nossa já vasta tradição angolana de progresso, se incluem por direito próprio quatro esferas objectivas do nacionalismo angolano: a descolonização, a democracia, a reconciliação nacional e a paz territorial efectiva.

Acabamos de pôr a prova de que é um verdadeiro herói, de dimensão incomparável sobre sucessões de gerações, esse País que chamamos Angola, jamais se teria encontrado se antes não se oferecesse em lutar de forma ávida em prol do seu passado. Dos Santos deu o peito às balas quando a desintegração manifestada pelos conflitos armados era inegável.

Nessa condição, seu reflexo se manifesta por uma grandeza histórica de impacto nacional cuja trajectória, se mostra num prisma em que o homem fez face às circunstâncias, desafiando situações de carácter impossível, sendo condicionante na abordagem do passado, do presente e do futuro desta nação, dentro das múltiplas escalas dos caminhos por onde angola passou e há – de passar um dia, dos Santos, representa um papel essencial na interacção entre a política, o poder e o território angolano, nomeadamente no que diz respeito a sua gestão de conflitos e a forma como deu sentido as coisas complexas que assolaram o passado do País.

Excelentíssimo Senhor Eng. José Eduardo dos Santos fez um papel importante na leitura dos fenómenos do campo político angolano, pautados na conquista dos interesses nacionais, plasmados na relação entre a solução e os problemas territoriais, permitindo que se pudesse chegar à planos de significação objectiva e prática na resolução de conflitos internos ou externos de carácter político e geográfico, que fizeram de Angola uma vítima obrigatória, ganhando especificidades e peculiaridades no que concerne ao poder de Angola sobre a região de África – Austral, controlo social e estratégico da Região dos Grandes Lagos, assim como, equilíbrio geopolítico da região de África Austral, bem como o respeito e a dignidade do País no horizonte intencionacional.

Qualquer nação, enquanto corpo social, leva décadas a sarar e se recuperar de um conflito com a multiplicidade e a dimensão que o nosso teve, neste prisma, aqueles heróis, que se colocaram de carne e ossos à dispor do enxofre de balas e canhões para salvar o País da hedionda ferida do passado que o perseguiu há décadas, devem sempre merecer o louvor precioso com o mais alto siso da gratidão, pelo patriotismo, nacionalismo e humanismo que os identificou em grandes heróis e patriotas de casta angolana.

João Hungulo

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