Com uma adesão de mais de 95 por cento, segundo o Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos (SINMEA), a greve dos médicos nos hospitais públicos e centros médicos completa o seu primeiro dia nesta segunda-feira, 6 de Dezembro. Segundo a entidade, a paralisação ocorrerá por tempo indeterminado. Os médicos, segundo o sindicato, estão a garantir os serviços mínimos nos bancos de urgência e nos cuidados intensivos.
Com críticas ao que considera de “falta de respeito” para com a classe do Ministério da Saúde ao abandonar as negociações, o sindicato admite, no entanto, estar aberto a uma acordo com o Governo.
Entre as reclamações no caderno reinvindicativo constam a melhoria salarial, a segurança dos profissionais da classe, a melhoria do sistema de saúde, a melhoria da assistência primária, a humanização dos serviços e a transparência entre outras.Pedro da Rosa, secretário-geral do SINMEA, garante à VOA que “a nossa greve só vai parar com a realização de uma assembleia dos trabalhadores que há de ser convocada a qualquer momento”.
Rosa assegura que “tudo fizemos para estancar a greve, mas os representantes do Governo abandonaram a mesa de negociação, o que entendemos ser uma falta de respeito aos médicos que estavam aí representados”.
Um ponto importante tem a ver com a suspensão do médico e presidente do SINMEA, Adriano Manuel, há 18 meses, e que, durante as negociações, o próprio Ministério da Saúde avançou com uma solução para a sua integração, mas o processo não foi concluído.
Durante a greve, estão suspensas as actividades de enfermaria e consultas externas, mas os serviços mínimos nos bancos de urgência e cuidados intensivos estarão assegurados.
A VOA tentou uma reacção do Ministério da Saúde, mas sem qualquer sucesso.