Há cerca de seis meses para a realização do quinto pleito eleitoral na história de Angola, MPLA mantém ligado o modo de voo “Alice no país das maravilhas”.
Aos olhos do MPLA , o país está bom e recomenda-se à servir de modelo para o mundo.
O modo de voo “Alice” permite ao MPLA, e seus muchachos, enxergar uma Angola cor de rosa, onde a fome é relativa; as “Ordens Superiores” foram erradicadas; o combate ao nepotismo é sucesso absoluto; os programas de recuperação da economia nacional servem de modelo para às Universidades de Oxford e de Harvard; os órgãos de comunicação social públicos cumprem com os ditames da Constituição da República; e acima de tudo não existe interferência no sistema judicial angolano.
A realidade da “Angola real” apresenta os sinais dos tempos, que podem ser vistos à olhos desarmados: Contratação Simplificada virou moda, famílias que vivem no lixo e do lixo, golpes constitucionais arquitectados nos “laboratórios do mal” do MPLA, intolerância política, assassinato da reputação de adversários políticos, e tantos outros “pecados capitais”.
Um bom Xadrezista tem, por natureza, uma visão holística e prospectiva dos fenómenos sociais, ou seja, analisa para além do óbvio, de modo a evitar uma hecatombe política, social, económica e cultural.
Apesar das lamúrias da sociedade civil e dos partidos da Oposição, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) continua a ser tutelada pelo MPLA, e a mídia pública insiste andar em contra-mão à Constituição da República, a Lei de Imprensa, entre outras legislações vigentes ao jornalismo.
Ainda assim, à meio de todos os sinais dos tempos, assiste-se uma hipocrisia e insensibilidade de quem deveria adoptar uma postura de Patriota.
O lado bom de toda maldição do MPLA , reside no facto de, igualmente, os sinais dos tempos mostram uma Angola com um elevado do nível de consciência crítica dos cidadãos, maioritariamente jovens, dispostos em dar à vida pela vida das próximas gerações.
Portanto, numa altura em que se assiste a contagem decrescente para a realização das eleições gerais, a teimosia em tardar compreender os sinais dos tempos será determinante para a almejada nas próximas eleições.