Texto integral do Jurista e jornalista William Tonet alusão 4 de fv. Tufa:
Ninguém pode mentir um povo por todo o tempo. É hora dos políticos no poder serem ponderados, humildes e sinceros, em relação a história do país e não de tentarem impor aos demais as suas estórias, muitas da carochinha, como sendo marcos da história nacionalista.
Senão vejamos, o slogan: Início da luta armada pelo MPLA.
É bom esclarecer, que num dia como o de hoje: 04.02.61, não teve início a luta armada, mas a segunda insurreição, nas cidades, para criar impacto mediatico, depois da Baixa de Kassanji, protagonizada por um grupo de nacionalistas, ligados a uma franja da igreja católica, liderada pelo Cónego Manuel das Neves e outros pelos ideais da UPA/FNLA e nunca, ninguém, inicialmente, ligado ou tendo conhecimento sobre a existência do MPLA.
Dura lex sed lex…
O início de uma luta pressupõe um plano de continuidade depois da ação principal, nos dias, semanas e meses seguintes. Isso não houve!
Início de luta teria de levar os comandantes para as matas, o que não ocorreu, logo estamos diante de uma simples insurreição, que teve grande impacto, na capital do império colonial português: Lisboa.
E isso deveu-se também a presença do navio Santa Maria e de muitos jornalistas estrangeiros, razão pela qual o seu ideólogo, Cônego Manuel das Neves que não tinha ouvido falar do MPLA, mas da UPA com quem tinha ligações, escolheu a data do 4 de Fevereiro de 1961.
Agora, a data transformada e virada ao avesso da realidade e verdade histórica, foi mais uma elucubração criada pelo MPLA que já deveria ser desmistificada, tivesse esse partido higiene intelectual, sentido nacionalista e compromisso com a verdade.
A ação do 4 de Fevereiro não ultrapassou Luanda, nem chegou a criar uma basezinha, em Catete ou Dembos.
Logo o acto foi local e não nacional.
Até quando vai perdurar a intoxicação da mentira?
É hora do MPLA despertar para a honestidade e defender os seus feitos com honestidade e não subverter os dos outros…
O verdadeiro dia do início da luta armada de libertação nacional, com um plano de continuidade foi o 15 de Março de 1961, organizado e conduzido pela UPA.
Dói, para quem quer o monopólio de tudo, mas é a verdade histórica.
Chefe Indígena.