A plataforma política da oposição junta a UNITA, o Bloco Democrático e o PRA-JA Servir Angola. O objetivo é derrotar o partido no poder, o MPLA, nas eleições gerais de 2022.
Os preparativos estão a ser ultimados, e em setembro, o mais tardar, já deverá estar tudo pronto para formalizar a “Frente Patriótica Unida”. É o que afirma o líder do projeto político PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku.
Segundo Chivukuvuku, ainda há vagas para a “Frente Patriótica”. O político salienta que a plataforma está aberta a todos os que queiram afastar do poder o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), nas próximas eleições gerais. Menos importante é quem vai liderar a “frente”, assevera Chivukuvuku.
“Vamos fazer equipa, o Adalberto Costa Júnior [presidente da UNITA], o Filomeno Vieira Lopes [líder do Bloco Democrático] e eu próprio, e outras identidades independentes do país que assim desejarem. O mais importante não é sabermos quem será o número um, número dois ou número três: estamos a trabalhar sobre isso, e, no momento próprio, anunciaremos”, disse Abel Chivukuvuku esta sexta-feira (30.07), em Luanda, no final de um evento denominado “Aula de Prática Política” promovido pela empresa “Omicrom Academy”.
Cores da UNITA no boletim de voto?
À imprensa, Chivukuvuku também prefere não falar sobre as cores a serem adotadas pela “Frente Patriótica Unida”.
“Tenho a esperança que, o mais tardar, no mês de setembro, vamos formalizar a ‘Frente Patriótica’, e os cidadãos saberão como é que ela será estruturada”, referiu apenas.
Uma fonte próxima do processo ouvida pela DW África assegura que as três forças políticas vão concorrer às próximas eleições gerais com a denominação “Frente Patriótica Unida”. Mas, por medo de não ser reconhecida pelo Tribunal Constitucional como coligação eleitoral, a “Frente Patriótica” pondera adotar as cores da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o partido com maior representatividade no Parlamento entre os três.
Embora os líderes não o assumam publicamente, o presidente do partido do “Galo Negro”, Adalberto Costa Júnior, é apontado como o número um da lista da “Frente Patriótica Unida”. A plataforma deverá agregar também várias personalidades influentes da sociedade civil.
Desigualdades na pré-campanha
Mas Chivukuvuku diz que o atual ambiente político no país não permite uma competição partidária em condições de igualdade. Há um partido que continua a ser mais favorecido do que outros, afirma o líder do PRA-JA Servir Angola.
“Você liga a Televisão Pública de Angola (TPA) e vê-se que o MPLA fez isto e aquilo. O Adalberto pode fazer coisas, mas não passa. Não há livre competitividade. A questão da justeza das eleições é todo este conjunto, e é isso que ainda não temos”, alertou.
Abel Chivukuvuku pede consensos no debate sobre a lei eleitoral, que decorre no Parlamento.
“Temos que lutar para não haver elementos negativos que interfiram na qualidade das eleições”, disse o político.