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Angola: Adalberto Costa Júnior saúda “apoio de jovens e históricos” na campanha à liderança da UNITA

O candidato à presidência da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, destacou hoje a “presença vibrante da juventude e de figuras históricas do partido” angolano, no lançamento da sua campanha e lamentou os “ataques diários” ao Estado de Direito.

Em declarações hoje à Lusa, um dia depois de lançar a sua campanha à liderança da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição angolana, no XIII Congresso, que se realiza de 02 a 04 de dezembro, Aldalberto da Costa Júnior disse estar “muito satisfeito” pelo apoio.

“Fizemos sim o lançamento da campanha, felizmente esteve cheia e vibrante, muita juventude, mas também muitos testemunhos dos mais velhos com história feita ao longo destas dezenas de anos, porque foi com grande satisfação que vi a presença de uma geração de fundadores do partido dos anos 50, 60, 70”, disse.O político, que dirigiu a UNITA nos últimos dois anos, após ser eleito em 2019 durante o XIII Congresso, foi afastado recentemente da liderança do partido na sequência de um acórdão do Tribunal Constitucional (TC) que anulou todas as deliberações do conclave, situação que forcou o regresso do anterior presidente, Isaías Samakuva.

A campanha visando o congresso de dezembro próximo teve início na quarta-feira e Adalberto Costa Júnior, candidato único, diz-se satisfeito pela adesão e apoio de figuras históricas do seu partido, jovens, membros da sociedade civil que manifestaram “testemunhos fortíssimos”.

“Uma segunda geração, da altura da adesão da independência, a fazerem testemunhos fortíssimos, mas também a última geração de 2002/03, com várias intervenções e não deixei de estar felicíssimo por uma presença vibrante do partido que esteve em força com canções lindíssimas para mim”, frisou.

No ato formal de lançamento da campanha de Adalberto da Costa Júnior, que decorreu no complexo do Sovismo, município de Viana, em Luanda, destacou-se a ausência do atual presidente de transição, Isaias Samakuva, o que para o candidato não constitui motivo de preocupação, considerando que este “muito provavelmente queria dar a ideia de alguma isenção”.

“Porque nós vamos ter uma ação de votação, mesmo com candidatura única, apesar de contra a minha vontade nós não termos outros candidatos, e aquilo que a UNITA tem feito tem sido proporcionar liberdade de pronunciamento”, sublinhou.

A “abertura vibrante” do ato, com a presença do cantor e compositor angolano Eduardo Paim, também foi enaltecida pelo candidato, saudando sobretudo “a coragem” do músico, “num país que infelizmente se está tão distante da pluralidade e do Estado de direito”.

Adalberto da Costa Júnior, que manifestou igualmente satisfação pelo peso das presenças de membros de outros partidos na oposição e de líderes religiosos, diz-se encorajado, lamentando, porém, os “ataques diários” ao Estado democrático “que tem sido abatido todos os dias nos atos, na utilização das instituições, na tentativa de escolha de adversários políticos”.

O XIII Congresso da UNITA acontece nos dias 02, 03 e 04 de dezembro próximo em Luanda, com candidatura única. Pedro Mulemba, militante da UNITA, manifestou intenção de se candidatar, mas não formalizou a sua candidatura por não reunir os requisitos necessários.

Hoje, Adalberto Costa Júnior considerou que o acórdão do TC, que o afastou da liderança da UNITA, teve consequências para a imagem de João Lourenço, Presidente angolano, garantindo estar “sólido” na sua candidatura e a dar “passos seguros no cumprimento escrupuloso do Direito”.

“O que lhe posso reafirmar é o cumprimento escrupuloso do Direito, dos estatutos no plano interno e seguro em absoluto de que nós estamos a dar passos dentro do Direito e as opções do Estado não me compete a mim fazê-las”, realçou.

“Mas estou sólido de que outros atos terão consequências enormes de exposição”, apontou.

O candidato criticou igualmente o que denomina de “uso abusivo dos Estado” às instituições de justiça, dos serviços de inteligência, “de ter instituições de uma ilegalidade extrema a funcionarem na presidência da República, pagas com dinheiro público, para combater a oposição política”.

Segundo o também deputado angolano, nenhum espaço de independência de opinião em Angola aplaudiu o acórdão do TC, afirmando que foi apenas por uma insistência da via do diálogo que impediu o seu partido de entrar com processos junto da instância judicial.

“Porque embora este tribunal tenha mostrado o facto de ser absolutamente instrumental, não deixa de fixar sob pressão aos seus próprios atos, repare que quem desmontou o acórdão não foi a UNITA, foram os professores universitários, as universidades de Angola, os grandes advogados e constitucionalistas”, frisou.

A UNITA, enquanto instituição “que se sente penalizadíssima por violações ao seu direito, à Constituição, também tem necessidade de futuramente garantir que temos que caminhar dentro das balizas das leis, dentro do espaço de proteção, igualdade e universalidade que não se cumprem hoje”, rematou.

 

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