O Aeroporto 4 de Fevereiro está classificado como “criticamente deficiente” e com estrela negra pela Federação Internacional de Associações de Pilotos de Linha Aérea (IFALPA) que manteve estas classificações na sua mais recente conferência, de acordo com carta enviada para o Inavic a que o VALOR teve acesso.
“IFALPA, que consiste em abordar 100 associações de pilotos nacionais individuais que representam mais de 100.000 pilotos em todo o mundo, recebem, em uma base regular, relatórios sobre as deficiências do aeroporto e do espaço aéreo em todo o mundo. Na Conferência IFALPA de 2021, as lacunas e deficiências do aeroporto Internacional de Luanda foram novamente discutidas, e informo que a decisão da conferência foi continuar a classificar o aeroporto como criticamente deficiente, Estrela Negra”, lê-se no documento assinado pelo presidente da IFALPA, Jack Netskar.
Segundo a IFALPA, o aeroporto não está preparado para a navegação de aeronaves não equipadas com transponder, não tem sinalização adequada na pista e não possui proteção necessária para evitar que pessoas e animais interfiram na navegação.
Aponta ainda para o mau estado as “marcações de pista pouco claras”, assim como de NAIVADS (integrador de ajuda à navegação baseado em solo) inutilizáveis não publicado por NOTAM (documento que tem por finalidade divulgar, antecipadamente, toda informação aeronáutica que seja de interesse direto e imediato à segurança). Queixam-se também do uso regular do português “causando pouca consciência situacional”.
A IFALPA faz recomendações ao Inavic e diz que a classificação que faz aos aeroportos visa “alertar” os pilotos sobre as deficiências que podem encontrar ao voar para tais aeroportos, de modo a conseguirem minimizar potenciais problemas.
Criada em 1984, a IFALPA congrega mais de 100 associações de pilotos e tem cerca de 100 mil membros. Na sua missão, destaca-se a defesa dos interesses dos pilotos de linha aérea, principalmente os relacionados com a segurança das operações aéreas.