Quarenta e sete acidentes com minas e outros engenhos explosivos foram registados no país, de janeiro de 2019 a junho de 2020, segundo dados do governo
Numa nota de imprensa, o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher (MASFAMU) indica que os acidentes causaram 130 vítimas, das quais 36 mortos e 94 feridos.
Sem apontar dados comparativos em relação ao período Janeiro de 2018 a Junho de 2019, aquele departamento ministerial diz-se preocupado com o “aumento de acidentes com minas e engenhos explosivos envolvendo, sobretudo, crianças”.
Segundo o MASFAMU, o desconhecimento dos engenhos explosivos e a prática de recolha de metais pela população, para comercializar, são apontadas como as principais causas dos acidentes que ocorrem nos últimos tempos.
Denuncia a prática de cidadãos que recolhem os metais e depois martelam, na tentativa de encontrarem mercúrio no interior do explosivo.
Esta prática, refere, leva ao aquecimento e explosão do explosivo, provocando vítimas com ferimentos e mortos, em várias zonas do país.
Para inverter o quadro actual, o MASFAMU, através do Instituto Nacional de Desminagem (INAD), lançou, em 2019, a Campanha Nacional de Educação e Sensibilização Sobre o Risco de Minas e Outros Engenhos Explosivos.
A campanha resultou na sensibilização, em 2019, de 44.418 cidadãos, dos quais 16.093 meninas, 14.571 rapazes, 7.315 mulheres e 6.439 homens.
Já no primeiro semestre de 2020, sensibilizou-se 39.576 cidadãos, dos quais 16.120 meninas, 16.238 rapazes, 3.926 mulheres e 3.292 homens.
Ainda assim, o MASFAMU afirma que crianças e adultos persistem na prática de recolha de metais, razão pela qual vai promover nesta sexta-feira um encontro de sensibilização.
O encontro, que visa alertar e desencorajar a venda e compra de metais desconhecidos, realiza-se no Distrito Urbano dos Mulembos, envolvendo os agentes proprietários de armazéns e revendedores de metais e alunos.