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Angola: Angola tem a maior ‘taxa de mortalidade’ das Pequenas e Médias Empresas do mundo

A afirmação é de José Severino, presidente da AIA, durante o primeiro congresso de direito bancário em Luanda.

Pelo menos 65% das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) morrem logo no primeiro ano de criação, afirmou José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), ao discursar no primeiro congresso angolano sobre Direito Bancário, que decorreu entre quinta e sexta-feira última, em Luanda.

O líder associativo, que participou na mesa redonda sobre o financiamento ao sector produtivo, avança que, há uma grande apetência ao crédito, mas que, no entanto, o acesso é difícil e se o governo não tomar medidas que eliminem os constrangimentos, o país não vai sair da situação de crise que se encontra.

José Severino aponta que os constrangimentos de acesso ao crédito têm a ver com a falta de garantias que os bancos reclamam, tal como registo predial, registo de terrenos, que, na sua óptica, não funcionam. Para ele, estes dois processos são os maiores causadores da morte prematura das pequenas e medias empresas, o que cria uma certa frustração aos promotores destas iniciativas.

Por exemplo, diz, “temos uma concentração de pessoas em Luanda que vieram para cá tentar resolver os seus problemas”. O presidente da AIA considera que, se alguém tem a possibilidade de voltar à sua terra, onde tem terreno, água e pode prestar serviço, tem que se lhe dar a possibilidade de ter capital inicial, “nem que seja para depois colocar ao nível da responsabilidade dos bancos”, o que, acrescenta, obriga a uma grande concertação entre o Estado, Banco Nacional de Angola, bancos privados e cooperativas.

Severino defende, por outro lado, que o FACRA – Fundo Activo de Capital de Risco Angolano, devia estar funcional e com uma grande abrangência para participar dos negócios que estão na fase embrionária e não apenas estar a pronunciar-se ou participar em negócios mais estruturados, uma vez que, refere, as pequenas e médias empresas é que fazem o desenvolvimento.

Sobre o crédito malparado concedido nos anos anteriores aos empresários pelo Estado, José Severino considera ser “crédito abusivo, em que a maior parte foi dado por tráfico de influências, amizades e não foi por viabilidade técnica ou económica”.

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