Uma outra manifestação pelas mesmas razões, está alegadamente marcada para a data da fundação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), dia 10 de Dezembro, no sentido de exigir do Executivo angolano, a concretização das promessas de bem-estar às famílias e cumprimento integral das leis vigentes na Constituição da República.
No igual dia Internacional dos Direitos Humanos, os cidadãos saem novamente às ruas, em sinal de protestos contra o actual governo, após duas manifestações pela cidadania, pelo fim do elevado custo de vida e desemprego, pelas autarquias locais para 2021, terem sido frustradas pelo excesso do uso da força policial que reprime, detém e espanca brutalmente os activistas, conforme declarações.
“Se não houver justiça em Angola, os governantes também não podem ter paz. Nós a juventude não podemos desistir até consumar o art.º 47º da Constituição da República de Angola”, refere um activista político, cuja identidade repousa sob anonimato.
Refira-se que informações de vários populares da província da Huíla, dão conta de um posicionamento exemplar e pacífico por parte Comando Provincial da Polícia Nacional, com os manifestantes, naquela região, diferente das Províncias de Benguela, Kwanza-Sul, com maior realce a província de Luanda, considerado epicentro da repressão policial contra manifestantes.
O Comissário Divaldo Martins, Comandante Provincial da Polícia Nacional na Huíla, pela actuação e tratamento dos manifestantes, dentro do cumprimento da Constituição e da Lei, foi alvo de aplausos por parte de vários cidadãos, inclusive políticos pelo diferente procedimento ao nível nacional.
Sem ainda um número oficial de cidadãos detidos, durante os protestos pela cidadania, pelo menos em Luanda, a polícia justifica a actuação com uma alegada desobediência face as ordens superiormente emanadas a quando solicitação da realização da mesma manifestação, devido a situação pandêmica no país que proíbe ajuntamentos de mais de 5 pessoas.
“Efectivos de distintos órgãos da Polícia Nacional, no âmbito do cumprimento da missão de manter a ordem e a tranquilidade pública, dispersaram, na zona da FTU e arredores, jovens que tentaram sair a rua em manifestação, violando uma das medidas vigentes no Decreto Presidencial, que proíbe o ajuntamento de mais de cinco pessoas na via pública, em função da Situação de Calamidade que o país observa, face a prevenção e combate à COVID-19” refere em nota a polícia.
Em desobediência às orientações, prosseguiu, considerando que jovens revoltados que a todo custo pretendiam atingir o largo do 1º de Maio, arremessaram pedras ao dispositivo Policial, que ali se encontrava, criaram barricadas e queimaram pneus, criando transtorno ao trânsito rodoviário e aos transeuntes, que viram a sua segurança ameaçada.
Por último, referiu que para a reposição da legalidade e tranquilidade pública, a Corporação viu-se obrigada a reforçar a segurança no local, com o dispositivo de Forças Anti-Distúrbio, Ordem Pública, Cavalaria e Cinotécnia (cães e cavalos), que acalmaram os supostos manifestantes.