O pré-candidato à liderança do partido no poder em Angola, o MPLA António Francisco Venâncio denuncia o que chama de “bloqueio” ao processo de recolha de assinaturas para a sua candidatura por parte de indivíduos que considera “anti-democratas”. Pré-candidato admite estar a pagar caro “por esta prática antidemocrática” que impede a adesão dos militantes do partido no poder em Angola.
Em conversa com a VOA, António Venâncio insurge-se contra a imprensa pública e outras instituições do Estado a quem acusa de tentativa de inviabilizar a sua candidatura a favor do actual presidente, João Lourenço.
“Há muito silêncio, inexplicável, sobre isto tudo que estamos a exercitar ao nível do partido”, afirma.
O pré-candidato diz ser muito difícil “trabalhar neste ambiente” e admite estar a pagar caro “por esta prática anti-democrática” que impede a adesão dos militantes.
Aquele militante do MPLA acrescenta que a campanha antecipada em curso a favor de um dos concorrentes viola os estatutos do partido e adverte que a continuar “pode ser motivo de conflitos jurídicos”.
António Venâncio apresenta-se como o primeiro militante a manifestar publicamente a intenção de concorrer ao cadeirão máximo do MPLA, na história recente do partido no poder.
A direcção do partido tem abertas, desde o dia 20 de Outubro, as candidaturas aos cargos de presidente, vice- presidente, secretário-geral e primeiros-secretários provinciais do MPLA no quadro do congresso marcado para Dezembro.
Os estatutos e o regulamento do partido determinam que os candidatos a presidente do MPLA devem ter não menos que 15 anos de militância e apresentar até duas mil assinaturas, sendo que, destas, deverão constar, no mínimo, 100 de cada uma das 18 províncias.