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Angola: Apelo da CEAST bem recebido pelos partidos mas há dúvidas se “tensões políticas” serão reduzidas

Os principais partidos políticos angolanos saudaram o apelo da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) para se pôr termo às agressões e ultrajes entre os militantes partidários.

Ao mesmo tempo, há quem receie que a poucos meses das eleições e face à deterioração das tensões laborais e sociais o apelo não sirva para acalmar as tensões.

Num documento tornado público no fim-de-semana, a CEAST apelou às forças políticas a se absterem de actos que ponham em perigo a paz e a harmonia, para que haja um pleito em perfeito ambiente de paz.

A UNITA, por via do seu secretário provincial de Luanda e também deputado Nelito Ekuikui, entende que fez bem a Igreja e que o seu partido vai fazer tudo neste sentido.

“O discurso hoje está mais para a discórdia do que para a concórdia nacional”, reconheceu o deputado, acrescentando que “nós tomamos boa nota e estaremos aqui para fazer a nossa parte”.

Em termos oficais, o MPLA não se pronunciou, mas o jurista Manuel Pinheiro, militante de base do partido no poder que naturalmente não vincula a posição do seu partido, fez notar que “a Igreja faz parte da reserva moral de uma sociedade mas a Igreja Católica tem que saber distinguir entre um acto de desordem público e actos de intolerância politica”.

“De qualquer forma, o apelo em si de forma geral no sentido da harmonia entre todos é legítimo”, acrescentou.

O cientista politico Olívio Kilumbo entende que o apelo da Igreja é bem-vindo mas mostra-se céptico em relação a como o partido governante vai encarar esse apelo.

“Nós estamos com um ambiente politico muito tenso que se assemelha ao que aconteceu em Angola em 1992, os ânimos estão muito exaltados, vai ser muito difícil o Governo angolano aguentar esta pressão que aí vem, fruto da incapacidade de cumprir as promessas que fez em 2017”, disse., apontando que “o ambiente político não é muito favorável e não sei se o MPLA terá capacidade para contornar isso”.

 

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