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Angola: APN desmente acordo com Abel Chivukuvuku

O presidente da Aliança Patriótica Nacional (APN), Quintino Moreira, desmentiu, ontem, em Luanda, informações segundo as quais o seu partido teria concluído um acordo com o político Abel Chivukuvuku, para liderar a sua formação política nas eleições gerais de 2022.

Em declarações ao Jornal de Angola, Quintino Moreira esclareceu que as informações que Abel Chivukuvuku assumiria a presidência da APN nos próximos desafios eleitorais não correspondem à verdade.
“Sobre a questão de saber se nós celebramos algum acordo com o dr. Abel Chivukuvuku, no sentido de ele conduzir a máquina eleitoral da APN nos próximos desafios do país, não passa de pura especulação”, enfatizou o político e fundador da Aliança Patriótica Nacional.
Nos últimos dias, circularam informações, segundo as quais Chivukuvuku estaria em negociações com o Bloco Democrático e a APN, com vista a liderar uma dessas forças políticas nas eleições gerais de 2022.
O político, formado na UNITA, que, em 2012, fundou a coligação CASA-CE, de onde foi afastado, em Fevereiro do ano passado, por alegada “quebra de confiança política”, pretendia ver reconhecida, junto do Tribunal Constitucional (TC), uma nova formação política, o PRA-JA Servir Angola. Nas três tentativas, o TC indeferiu o pedido da comissão instaladora por irregularidades no processo.

Eleições autárquicas

Ao Jornal de Angola, o líder da APN referiu-se, igualmente, às eleições autárquicas, cuja expectativa inicial era serem realizadas este ano.
Quintino Moreira considera inconcebível a não realização, até agora, das eleições autárquicas, uma vez que a maior parte do pacote legislativo autárquico já está aprovada.

No seu entender, com as autarquias, os cidadãos estariam a implementar a democracia participativa, na qual o povo participa directamente da gestão dos problemas que o afligem na sua circunscrição.
O político disse que a APN tem sido categórica em afirmar que “em Angola não se pode implementar uma democracia a duas velocidades”. Acrescento que o seu partido é contra todo o tipo de tese que visa excluir a grande maioria dos municípios no processo autárquico. “Somos pela consagração das eleições autárquicas em todo o território nacional”, declarou.

Quintino Moreira referiu-se, igualmente, à Comissão Nacional Eleitoral (CNE). Segundo o político, “enquanto a CNE não for um órgão independente, no verdadeiro sentido da palavra, nunca haverá eleições credíveis em Angola”. “Há muita interferência do poder instituído no processo eleitoral angolano”, considerou.

Quintino Moreira considera que a corrupção em  Angola é sistémica e o combate deveria atingir todas as esferas do poder.

A Aliança Patriótica Nacional foi legalizada no Tribunal Constitucional a 12 de Agosto de 2015. Nasceu da antiga coligação Nova Democracia-União Eleitoral (ND-UE), também liderada por Quintino Moreira.

Nas eleições gerais de 2017, a APN conseguiu 0,51 por cento dos votos e não elegeu qualquer deputado.

Texto do JA

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