Maior partido da oposição angolana realiza o XIII Congresso Ordinário de 2 a 4 de dezembro. Evento deverá definir quem será o presidente da UNITA após decisão do Tribunal Constitucional, que anulou decisão de 2019.
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) convocou esta quarta-feira (27.10) os seus membros para o XIII Congresso Ordinário do partido, que ocorrerá no período de 2 a 4 de dezembro em Luanda.
“Obtido o parecer favorável [do Conselho Político] e usando a faculdade que me confere os estatutos, sob o lema Unidade e Cidadania para a Alternância, convoco o XIII Congresso Ordinário do nosso partido”, disse o presidente Isaías Samakuva, lendo um comunicado na sede da UNITA, em Luanda.
Segundo Samakuva, a agenda do congresso prevê a escolha do novo presidente e do Conselho Político da UNITA. Será a oportunidade em que os membros também vão avaliar e redefinir a linha política ideológica do partido.
O evento político também concederá espaço para o debate sobre eventuais adoções de novas estratégias, novo programa, novos objetivos e, se for ocaso, a revisão dos estatutos e símbolos do partido.
Semana de polémica
Após a reunião do Conselho da República, Isaías Samakuva gerou polémica ao declarar “ver se será possível’ organizar o congresso do partido até o dia 4 de dezembro – como havia sido definido na primeira reunião extraordinária da Comissão Política da UNITA, a 20 de outubro.
Questionado pela imprensa, Samakuva disse que geralmente o partido necessita de quatro meses para organizar o evento político, mas poder-se-ia trabalhar afincadamente para organizar o congresso em pouco mais de 40 dias, porque afinal algumas tarefas de preparação já haviam sido concluídas . “Agora, a prática dirá. Isso exige trabalho, dedicação. Esperamos que isso seja possível”, disse o presidente da UNITA na saída da sua posse no Conselho da República, na último segunda-feira (25.10).
Tal declaração aliada aos elogios do Presidente João Lourenço – que disse que esperava que Samakuva desta vez tenha voltado ao Conselho da República “para ficar” – geraram especulações no meio político angolano. Fora do partido, Samakuva foi alvo de críticas, alegadamente por acicatar um clima de crispação entre os “maninhos”.
“Se Samakuva for teimoso na sua postura, em desafiar o próprio partido, em desafiar a própria sociedade, teremos uma figura política que se vai descredibilizar”, avisou Quim de Andrade, um jovem do “Movimento Revolucionário” que tem criticado nas redes sociais o líder do maior partido da oposição angolana.
“Depois destes esclarecimentos de Samakuva, esperamos que a UNITA nos apresente uma mensagem de estabilidade no partido”, acrescentou.
Para dirimir a polémica, Samakuva divulgou à imprensa que não quer concorrer à presidência do partido em dezembro.