Autoridades provinciais deviam responder a certas reinvindicações dos taxistas em um mês, contando de 11 de Janeiro último. Associação nota que o prazo expirou sem qualquer contacto e que as “intimidações” aos taxistas não os vão parar.
Depois da paralisação verificada em Janeiro, os taxistas de Luanda ameaçam voltar a parar os motores, caso o Governo Provincial de Luanda (GPL) não atenda às exigências apresentadas num caderno reivindicativo, no mês passado.
Ao Valor Economico, o presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (Anata), Francisco Paciente, explica que, “após o encontro que resultou na suspensão da greve de 10 de Janeiro, o GPL, que tinha um mêspara responder, não voltou a reunir-se com as associações como ficara acordado”. De lá para cá, acresce, as associações têm apenas mantido diálogos com a Polícia que, entretanto, não pode responder pelas suas reivindicações.
Francisco Paciente reafirma, por outro lado, que continua a ser “ameaçado e perseguido” por supostos elementos da secreta, mas garante que os taxistas não vão desistir. A presença de “elementos estranhos” nos núcleos das associações é também como um factor de intimidação, já que, como refere, a missão dos indivíduos em causa “é criar instabilidade”. No documento entregue ao GPL em Janeiro, entre outras condições, os taxistas exigiam a profissionalização da actividade, a inserção na segurança social, a permissão de entrada nas centralidades (caso do Sequele) e a redução dos limites à lotação. De todas, apenas a última foi imediatamente atendida e, segundo Francisco Paciente, espera-se por negociações para a inscrição na segurança social, no âmbito do Projecto de Reconversão da Economia Informal (Prei), do Ministério da Economia e Planeamento.
Contra os “ilgais”
Outra das preocupações dos taxistas continua a ser a existência de muitos operadores sem licença, situação justificada com as “fragilidades” de fiscalização.
Dados das associações apontam para a existência de mais de 35 mil ‘azuis e brancos’ em Luanda, mas o GPL garante controlar apenas metade deste número, ou seja, 17.500. E apenas 4.500 estavam licenciados até 2021.
Quem se encontra regularizado queixa-se de “concorrência desleal”, já que, além de não pagarem os custos do licenciamento fixados em 75 mil kwanzas, os irregulares, na maioria dos casos, não pagam o seguro automóvel e o Imposto Sobre os Veículos Motorizados (IVM).
De outro lado, os infractores defendem-se, alegando que quem cobra também não cumpre com o seu papel, visto que as estradas continuam com “buracos que danificam prematuramente”.