O Banco de Comércio e Indústria (BCI) vai a leilão em bolsa, no próximo dia 01 de Outubro, estando na “corrida” empresários nacionais e sul-africanos.
De acordo o administrador do IGAPE (Instituto de Gestão dos Activos do Estado), Augusto Kalikemala, a privatização do banco será feita a 100 por cento do capital social.
A comissão encarregue do processo está na fase de prévia qualificação das seis pré-candidaturas, para posterior apuramento dos que vão a final do leilão em bolsa.
Só vai a leilão o candidato que passar da avaliação interna relacionada com a “due deligence”, realizado por intermediários financeiros de forma mais abrangente, tendo em atenção a idoneidade, capacidade financeira para os investimentos necessários no sector bancário, formação dos pressupostos accionistas, entre outros exames.
Falando num webinar sobre o processo de Privatizações de Activos e Participações do Estado, Augusto Kalikemala referiu ainda que o processo passa também pelo registo do prospecto deste leilão em bolsa, na Comissão de Mercado de Capitais (CMC).
Este processo, que teve várias fases, começou com 16 propostas não vinculativas de nacionais e estrangeiros, que terminou com os seis pré-canditados com propostas vinculativas que estão a ser avaliados.
“É um processo que tem as fases todas já definidas e temos marcado para o dia 01 de Outubro a realização do leilão em que vão participar os candidatos qualificados ”, afirmou o responsável.
No dia 1 de Outubro, explicou, se vai observar quais dos candidatos fez a oferta mais alta, sendo que, no dia seguinte (02 de Outubro), o mesmo será apresentado como vencedor do concurso.
O BCI tem na sua estrutura accionista actual o Ministério das Finanças (98,915%), a Sonangol, Ensa, Porto de Luanda e TAAG, com 0,1894% cada, a Ceval, TCUL, Endiama e Angola Telecom, ambos com 0,0794%, e a Bolama (0,0094%).
Após o BCI, seguem outros activos do sector financeiro a privatizar pelo Estado, detidos no BCGA-Banco Caixa Geral de Angola (25%) e no BAI-Banco Angolano de Investimento (10%), processo que vai decorrer entre o segundo semestre deste ano e o primeiro de 2022, um assunto também passado em revista neste webinar.
O Banco de Comércio e Indústria teve, em 2020, resultados líquidos na ordem dos 4 197,6 mil milhões de kwanzas, contra os 26 190,2 mil milhões negativos registados em 2019, saindo dos resultados negativos para positivos.
“Os fundos próprios desta instituição bancária atingiram, no ano passado, os 26 256,8 mil milhões de kwanzas, contra os negativos 36 832,2 mil milhões do período homólogo do ano anterior”.
O rácio de solvabilidade regulamentar fixou-se em 16,6% (-29,29% de 2019), acima do limite mínimo exigido pelo regulador, o Banco Nacional de Angola (BNA), que é de 10 por cento.