spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Angola: Banco de Poupança e Crédito (BPC) perde “rasto” de perto de 11 mil clientes caloteiros

Actual Lei das Instituições Financeiras, no seu capítulo sobre segredo profissional, proíbe os bancos de «expor» os nomes dos clientes, contas de depósito, os seus movimentos e outras operações financeiras. Fruto disso, BPC foi desaconselhado a responder ao Novo Jornal.

Desde final de Junho até ao dia 16 de Julho, o Banco de Poupança e Crédito (BPC), maior banco público em Angola, recorreu às páginas do Jornal de Angola para solicitar, via comunicado, a comparência de um conjunto de clientes em qualquer uma das suas 334 agências e postos de atendimento espalhados pelo País, a fim de tratarem de assunto do seu interesse, no prazo de 30 dias, verificou o Novo Jornal as páginas do periódico.

Na edição do dia 6 de Julho, por exemplo, “o BPC ocupou duas páginas do Jornal de Angola com nomes de 2.752 clientes (entre pessoas e empresas), sendo esses chamados para tratar de assuntos do seu interesse. Um dia antes, a 5 de Julho, para o mesmo fim, o banco detido 100% pelo Estado divulgou nomes de outros 2.752 clientes no único diário do País, totalizando 5.504”.

Fontes bem posicionadas no BPC confidenciaram ao Novo Jornal que, na verdade, o assunto para os quais os clientes foram convocados está relacionado com a regularização de crédito, já que os referidos “caloteiros” andam “incontactáveis”, ou seja, são pessoas ou empresas credoras cujo rasto o banco perdeu, tanto os números de telefone como as moradas, uma vez que as registadas na base de dados da instituição bancária já estão desactualizadas, detalham os nossos interlocutores.

São, no entanto, pelo menos perto de 11 mil clientes nestas condições, explicam os nossos interlocutores, acrescentando que, caso o banco não encontre soluções pela via da convocatória que usou, vai recorrer à Justiça para ver o problema resolvido. Em última estância, será a instituição a assumir as perdas, pois “boa parte dos clientes já não usa as contas, ou melhor, eram só para actividades fraudulentas”, garante uma das fontes.

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Destaque

Artigos relacionados